O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (3) que o grupo Hamas tem até o próximo domingo, às 18h de Washington (22h GMT), para aceitar o plano de paz que propôs para a Faixa de Gaza, sob pena de enfrentar “um inferno como nunca antes se viu”.
“Hamas tem sido uma ameaça implacável e violenta por muitos anos no Oriente Médio. Assassinaram e tornaram vidas insuportavelmente miseráveis, culminando com a massacre de 7 de outubro em Israel, atingindo bebês, mulheres, crianças, idosos e muitos jovens, homens e mulheres, crianças, que se preparavam para celebrar a vida juntos. Como represália pelo ataque de 7 de outubro, mais de 25 mil ‘soldados’ do Hamas já foram mortos. A maioria dos demais está cercada e presa militarmente, aguardando a minha ordem de ‘FORA’ para que suas vidas sejam rapidamente extintas. Quanto aos demais, sabemos onde estão e quem são, e serão perseguidos e mortos”, declarou Trump em sua plataforma Truth Social.
O presidente prosseguiu: “Peço que todos os palestinos inocentes deixem imediatamente esta zona de potencial morte futura e se dirijam a áreas mais seguras de Gaza. Todos serão bem atendidos por aqueles que estão preparados para ajudar. Felizmente para o Hamas, terão uma última oportunidade! As grandes, poderosas e ricas nações do Oriente Médio e arredores, junto com os EUA, concordaram, com a assinatura de Israel, a paz no Oriente Médio, depois de 3 mil anos. ESTE ACORDO TAMBÉM PERDOA A VIDA DE TODOS OS COMBATENTES RESTANTES DO HAMAS!”
Trump concluiu: “A violência e o derramamento de sangue cessarão. LIBEREM TODOS OS REFÉNS, INCLUINDO OS CORPOS DOS MORTOS, JÁ! Um acordo com o Hamas deve ser alcançado antes do domingo às 18h de Washington. Todos os países assinaram! Se não houver acordo de ÚLTIMA OPORTUNIDADE, será um inferno nunca visto contra o Hamas. Haverá paz no Oriente Médio, de uma forma ou de outra”.
Na quarta-feira passada, Trump apresentou um plano de 20 pontos para encerrar a guerra em Gaza, afirmando que, se aceito, “a contenda terminará imediatamente”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou o plano.
O documento prevê alto o fogo imediato, devolução de reféns, libertação de prisioneiros palestinos, desarme do Hamas e reconstrução integral de Gaza sob autoridade internacional liderada por Trump. O plano combina ações militares, humanitárias e políticas e define Gaza como uma “zona desradicalizada e livre de terrorismo”, administrada por um governo de transição tecnocrático.
Entre os principais pontos do plano estão:
- Entrega dos reféns em até 72 horas;
- Liberação de 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua em Israel e 1.700 gazatíes detidos após 7 de outubro de 2023;
- Amnistia para combatentes do Hamas que cooperarem e passagem segura para os que desejarem deixar Gaza;
- Assistência humanitária imediata, coordenada por ONU, Cruz Vermelha e instituições neutras;
- Criação de um governo provisório palestino, apolítico, com supervisão internacional do “Board of Peace”, liderado por Trump e com participação de Tony Blair;
- Plano econômico de reconstrução e revitalização de Gaza, incluindo zona econômica especial e incentivos para desenvolvimento local;
- Exclusão do Hamas da vida política do enclave e destruição do arsenal militar sob supervisão internacional;
- Estabelecimento de diálogo interreligioso baseado em tolerância e coexistência pacífica;
- Preparação de condições para autodeterminação palestina após reformas internas na Autoridade Nacional Palestina.
Trump destacou que o plano não se limita apenas a Gaza: “Não se trata só de Gaza, mas de muito mais além. Chama-se paz no Oriente Médio”.
O líder republicano ressaltou que, caso Hamas rejeite o plano, os mecanismos humanitários e de reconstrução continuarão nas zonas sob controle da força internacional, garantindo que Gaza não represente ameaça aos vizinhos nem à sua população.