Defesa de Zambelli alega motivação política e critica atuação de juiz italiano

O advogado Fabio Pagnozzi, que defende a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), publicou um vídeo no qual questionou a decisão da Corte de Cassação da Itália, que rejeitou o recurso contra a prisão da parlamentar. Segundo ele, o caso tem caráter político e o juiz responsável pela decisão seria “de esquerda”, o mesmo que, segundo Pagnozzi, condenou o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.

– O juiz que assina esta decisão, da qual ainda não tivemos acesso ao conteúdo, é o mesmo juiz que condenou Berlusconi a quatro anos de prisão. É um juiz de esquerda. A defesa pensa, às vezes, que colocaram um time de fuzilamento dentro deste processo da Carla Zambelli – afirmou o advogado.


A declaração foi dada após a Corte italiana, última instância do país, negar o recurso apresentado pela defesa e determinar que Zambelli continue presa enquanto tramita o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A decisão foi proferida na última quarta-feira (8).

Pagnozzi afirmou no vídeo que ainda não teve acesso à íntegra da decisão, mas que foi avisado informalmente pela Secretaria da Corte sobre o resultado. Ele classificou o caso como “absurdo”, reiterando que a deputada está detida “por um crime que não cometeu”, sem passaporte e sem risco de fuga.

– Mais do que um processo jurídico, esse é um processo político. Independe de qualquer coisa que um advogado protocole. Esse processo é político – reiterou.


O advogado também chamou a atenção para visitas recentes de autoridades brasileiras à Itália em meio ao julgamento da parlamentar.

– Várias coisas estão acontecendo. Se prestarmos atenção, quatro ou cinco ministros do Supremo Tribunal Federal foram à Itália enquanto a deputada Carla Zambelli estava custodiada. Mas agora aqui, dia 13, o presidente da República, Lula, vai até a Itália, logo depois do julgamento da Corte que manteve a prisão da deputada – apontou.

Pagnozzi informou ainda que a defesa, junto com parlamentares aliados, pretende acionar a Corte Interamericana e a Corte Europeia de Direitos Humanos para questionar o caso. Zambelli está presa desde o fim de julho, em Roma. A deputada foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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