O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, em 1º de outubro, que as redes sociais X, Instagram e TikTok, além do YouTube, fornecessem os dados cadastrais de 69 perfis para investigar supostas ameaças ao ministro Flávio Dino.
As contas incluem publicações críticas a Dino e até um servidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) cujos posts, em geral, são favoráveis ao governo e a ministros do STF.
O funcionário da EBC fez uma postagem elogiosa a Dino, acompanhada de comentários de terceiros com críticas ao ministro. Nos comentários, dois usuários escreveram críticas ao ministro. “Se o Bolsonaro for condenado, a situação vai ficar ainda pior”, dizia um dos comentários. “O ministro do Nepal pensava assim”, dizia outro, em referência a um levante popular que derrubou o primeiro-ministro do país.
Críticas a Dino incluídas no inquérito das milícias digitais
As reações ao post levaram Moraes a incluir o jornalista no inquérito das milícias digitais. O processo, no entanto, começou depois de Dino pedir à Polícia Federal (PF) que investigasse supostos ataques contra ele nas redes. A PF, por sua vez, informou a Moraes que Dino “passou a ser destinatário de graves ameaças contra a sua vida e integridade física.”
Os inquéritos e ações sob relatoria de Moraes envolvem dezenas de investigados e réus. Essas apurações ampliam o poder e as atribuições do ministro e de seu gabinete, com movimentações constantes da PF, das defesas e da Procuradoria-Geral da República.