Marco Rubio descarta participação do Hamas em futuro governo de Gaza

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta sexta-feira, a partir do novo Centro de Coordenação Civil e Militar no sul de Israel, próximo à Faixa de Gaza, que o Hamas não terá qualquer participação nem governará futuramente na região.


“Hamas não pode governar nem estar envolvido em nenhum governo futuro em Gaza”, disse Rubio.

Ele acrescentou: “Precisamos entender, o mundo precisa entender, que do outro lado dessa linha amarela (a área de retirada do Exército em Gaza) ainda existe um grupo terrorista armado que vimos agir contra a própria população”.

Rubio fazia referência a confrontos recentes do Hamas com milícias rivais, quando sete homens foram executados publicamente na Faixa de Gaza há dez dias.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram a execução: as vítimas foram forçadas a se ajoelhar, com as mãos amarradas nas costas, enquanto vários terroristas, com o rosto coberto e alguns usando diademas com símbolos do Hamas, os observavam. Após alguns segundos de tensão, disparos foram ouvidos e os homens caíram ao chão.


O assassinato ocorreu diante de uma multidão exaltada, que gritava “Allah Akbar” (Deus é grande) e acusava as vítimas de serem “colaboradores”, enquanto muitas pessoas registravam a cena com celulares.

Segundo a agência Reuters, a autenticidade do vídeo foi confirmada por uma fonte do Hamas. A ação ocorreu ao mesmo tempo em que o grupo mobilizou cerca de 7.000 membros de suas forças de segurança para reforçar o controle interno nas áreas de Gaza recentemente deixadas pelas tropas israelenses.

Rubio também comentou que uma possível anexação da Cisjordânia ocupada por Israel representaria atualmente “uma ameaça ao processo de paz”, que está sendo conduzido por meio do acordo impulsionado por eles na Faixa de Gaza.

“Se algo assim acontecesse agora, muitos dos países envolvidos provavelmente não quereriam se envolver mais. É uma ameaça ao processo de paz e todos sabem disso, mas não vou entrar no cerne da política israelense. Nosso foco é a paz e a segurança”, declarou.

Em outra frente, o enviado adjunto da ONU para o Oriente Médio, Ramiz Alakbarov, afirmou na quinta-feira que o cessar-fogo em Gaza representa uma “oportunidade excepcional” para encerrar o conflito entre Israel e Hamas, mas alertou que a trégua é “frágil” e “precária”.

“Sem apoio decidido para reconstrução e entrega de ajuda, a região corre risco de voltar à violência”, disse Alakbarov ao Conselho de Segurança, acrescentando que a trégua é “extremamente frágil” e que o retorno ao conflito deve ser evitado a todo custo.

O diplomata elogiou os esforços de mediação de Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia, qualificando o cessar-fogo como “um avanço crucial” que deve ser consolidado “por meio da moderação e cooperação”.

Alakbarov também pediu a devolução imediata dos restos mortais dos reféns falecidos e solicitou que a ajuda humanitária entre em Gaza em larga escala para atender às “enormes e urgentes necessidades” da população.

Desde o início da trégua, a ONU e seus parceiros ampliaram operações de assistência em Gaza, incluindo um plano humanitário de 60 dias para agilizar trâmites aduaneiros, ampliar rotas de acesso e restabelecer serviços básicos.

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