Barroso defende uso de “inteligência” no combate ao crime organizado após operação no Rio

Após se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou nesta quinta-feira (30) que o país precisa reagir ao crime organizado, mas de forma estratégica e com inteligência. A declaração foi feita durante palestra na abertura do 29° Congresso Abramge, voltado ao setor de saúde suplementar.


Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada no dia 9 de outubro, poucos dias após deixar a presidência do STF no fim de setembro, e formalizou o pedido de saída, que ocorreu em 18 de outubro. Ao iniciar sua fala, ele brincou que era a primeira vez que vestia um terno após se aposentar.

O ex-ministro comentou sobre a necessidade de enfrentar facções criminosas, destacando que a resposta não pode se restringir à violência: “Nós precisamos reagir e é preciso reagir com eventual confronto onde indispensável, mas, sobretudo, com inteligência e com a capacidade de monitorar fronteiras para não entrar drogas, não entrar armas, de monitorar as comunidades pobres para que armas de drogas também não entrem lá.”

Ele acrescentou que “a inteligência na vida costuma produzir melhores resultados do que a violência” e ressaltou a importância de perseguir os recursos financeiros dos grandes responsáveis pelo crime organizado.

Barroso também alertou sobre a expansão das facções na economia formal e a crescente contaminação das instituições públicas pelo crime organizado: “Temos o problema do crime organizado que, crescentemente, vem ocupando espaço na economia formal com muitas dezenas de facções criminosas e um crescente problema de contaminação das instituições públicas.”


As declarações ocorreram dois dias após uma megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou mais de 120 mortos, evidenciando a urgência de políticas de segurança mais inteligentes e estratégicas

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