O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, não compareceu nesta terça-feira (4) à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Foi a terceira vez que ele deixou de atender a uma convocação do colegiado, alegando “falta de agenda”.
Diante da ausência, o presidente da comissão, deputado Filipe Barros (PL-PR), anunciou que vai protocolar um pedido de abertura de processo por crime de responsabilidade contra o ministro. O parlamentar informou que o documento será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
– Poder não tem vácuo. Se o Estado está ausente, é o crime quem se faz presente. A cadeira vazia de Lewandowski hoje não é só mais um acontecimento burocrático em Brasília. É uma mensagem clara de Lula ao povo brasileiro sobre de qual lado eles estão – afirmou Barros na rede social X.
O ministro havia sido chamado desde maio para explicar temas como a segurança nas fronteiras, o tráfico de armas e drogas, e a classificação de facções criminosas como grupos terroristas, pauta que o governo tem evitado discutir. Também seria questionado sobre a viagem da ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, ao Brasil em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
A ausência de Lewandowski ocorre em meio à alta da violência no Rio de Janeiro e às operações policiais que têm repercutido nacionalmente. Barros afirmou que esses assuntos “são centrais” para a comissão, que trata da defesa nacional e da política externa.
A pressão sobre o ministro cresce no Congresso. Nesta terça, o deputado Coronel Assis (PL-MT) também enviou ao presidente Lula (PT) um pedido de exoneração de Lewandowski, alegando falta de experiência prática em segurança pública e criticando sua atuação “burocrática e político-partidária” à frente da pasta.