O Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Política Econômica (SPE), revisou para baixo as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação (medida pelo IPCA) para 2025. O cenário menos otimista é atribuído, em parte, à manutenção da política restritiva de juros do Banco Central (BC).
Novo Cenário Macroeconômico
De acordo com o boletim da SPE divulgado nesta quinta-feira (13), a previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2025 foi ajustada de 2,3% (estimativa de setembro) para 2,2%. Já para o ano de 2026, a expectativa de expansão da economia foi mantida em 2,4%.
A pasta justificou a redução na projeção de atividade econômica deste ano, citando uma previsão menor para o terceiro trimestre, que sofre o impacto do “alto patamar dos juros reais”.
Apesar da desaceleração esperada, a SPE destacou que fatores como o pagamento de precatórios pelo governo em julho e o ritmo acelerado de concessões de crédito consignado ajudaram a mitigar uma queda ainda maior.
Inflação Mais Baixa
O Ministério da Fazenda também reviu para baixo a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
- 2025: A projeção caiu de 4,8% para 4,6%.
- 2026: A previsão foi reduzida de 3,6% para 3,5%.
Com a estimativa de 3,5% para 2026, a Fazenda se aproxima da meta central de inflação do Banco Central, que é de 3% (com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual). A SPE projeta que o IPCA atingirá 3,2% no segundo trimestre de 2027, o que representa o horizonte relevante de política monetária.
A expectativa de inflação mais baixa para o ano reflete a combinação de:
- Efeitos defasados da apreciação do real (câmbio).
- Menor inflação no atacado (agropecuário e industrial).
- Excesso de oferta de bens em escala mundial, provocado pelos conflitos comerciais.
Além disso, a projeção do IPCA em 2025 considera a adoção de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro, o que implicaria um custo menor ao consumidor do que a bandeira vermelha atualmente em vigor, definida pela Aneel.
Projeções para 2026: Indústria e Serviços em Alta
Para 2026, a SPE espera uma desaceleração da atividade agropecuária. No entanto, esse arrefecimento deverá ser mais que compensado por uma maior expansão esperada para os setores de indústria e serviços, conforme o boletim da Secretaria.
