Diretor da PF afirma à CPI que terrorismo e crime organizado não são a mesma coisa

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (18), na CPI do Crime Organizado do Senado, que é um “erro técnico” equiparar facções criminosas a atos de terrorismo.


“É um erro técnico, inclusive, se falar de equiparação de institutos diferentes, de questões diferentes, que são o terrorismo com finalidade, propósito, meios diferentes do crime organizado, que são completamente cenários distintos”, disse Rodrigues.

A equiparação chegou a ser incluída em uma das versões do PL Antifacção, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), e é defendida por opositores do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora as versões mais recentes do projeto tenham excluído o item, o tema voltou à discussão após a megaoperação no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, que resultou em 121 mortes. Na ocasião, o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), classificou o Comando Vermelho como “narcoterrorista”.

O governador de São Paulo e potencial candidato ao Palácio do Planalto em 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também defende a equiparação. O governo Lula, por sua vez, sustenta que facções não são terroristas por não possuírem causa política.

Rodrigues alertou ainda sobre possíveis consequências da medida: “Nós entendemos um equívoco, para não falar de questões de soberania e de outras interferências que podem advir, inclusive para o sistema econômico, para as empresas brasileiras, dessa equivocada equiparação que alguns tentam fazer”.


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