O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta terça-feira o plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente americano, Donald Trump, afirmando que ele trará “paz e prosperidade”, um dia após o Conselho de Segurança da ONU aprovar a iniciativa.
Em mensagem publicada na rede social X, a equipe de Netanyahu afirmou:
“Acreditamos que o plano do presidente Trump conduzirá à paz e prosperidade porque insiste na desmilitarização total, no desarmamento e na desradicalização de Gaza”.
O comunicado acrescentou que “Israel estende a mão a todos os seus vizinhos, portadores de paz e prosperidade, e os convida a normalizar suas relações com Israel e a se unir a ele para expulsar o Hamas e seus apoiadores da região”.
O apoio de Israel ocorreu após a aprovação da resolução do Conselho de Segurança que endossou o plano americano e determinou a criação de uma Força de Segurança Internacional (ISF) até dezembro de 2027. A estrutura terá a função de garantir as fronteiras de Gaza com Israel e Egito, proteger a população civil, assegurar corredores humanitários e treinar uma nova força policial palestina.
Antes da votação, o embaixador americano na ONU, Mike Waltz, afirmou que o texto impede que o grupo terrorista Hamas se reestruture e garante que “o povo de Gaza possa se alimentar”. Segundo ele, a iniciativa inclui a criação de uma Junta de Paz, liderada por Donald Trump, e um “comitê tecnocrata de palestinos responsável pelas operações administrativas e serviço civil em Gaza”, enquanto a Autoridade Palestina implementa seu programa de reformas.
Waltz destacou ainda que a resolução estabelece “uma possível via para a autodeterminação palestina” assim que essas reformas forem concluídas.
A ISF atuará como força de aplicação da lei, e não como missão de manutenção da paz. Suas funções incluem a desmilitarização da Faixa de Gaza, incluindo destruição e prevenção da reconstrução de infraestrutura militar, além do desarmamento permanente de grupos armados não estatais.
Horas antes do comunicado de Israel, o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a resolução como “um passo importante para consolidar o cessar-fogo”, que deve ser respeitado por todas as partes.
Por meio de declaração de seu porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres alertou que “é essencial agora transformar o impulso diplomático em medidas concretas e urgentes no terreno” e afirmou que a ONU “se compromete a desempenhar as funções atribuídas a ela nesta resolução”.
Segundo Guterres, entre as tarefas da organização estão a assistência humanitária à população civil em Gaza e o apoio a todos os esforços para que as partes avancem para a próxima fase do cessar-fogo. Ele destacou ainda o trabalho diplomático de Egito, Qatar, Turquia, Estados Unidos e outros países da região na elaboração do plano.
O secretário-geral acrescentou que a segunda fase do plano americano deve orientar as partes em “um processo político para alcançar a solução de dois Estados, conforme resoluções anteriores da ONU”.
A resolução foi aprovada com 13 votos a favor, enquanto China e Rússia se abstiveram. Não houve representação palestina na sala durante a votação, embora o embaixador israelense estivesse presente.
Por sua vez, o grupo terrorista Hamas rejeitou o texto, afirmando que “não responde aos direitos nem às demandas dos palestinos, favorece a ocupação israelense e busca impor um mecanismo de tutela internacional sobre o enclave”.