Lindbergh Farias acusa Hugo Motta em nova briga na Câmara

A relação já desgastada entre o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), atingiu um novo patamar de tensão nesta segunda-feira (24). Após Motta anunciar publicamente que havia rompido “todas” as relações com o petista, Lindbergh respondeu com duras críticas e acusou o dirigente da Câmara de agir “na surdina”, de maneira “imatura” e com posturas “erráticas” que prejudicam a articulação do governo.


Em seu perfil no X, Lindbergh rebateu as declarações do presidente da Câmara afirmando que “política não se faz como clube de amigos” e que suas posições são “transparentes e previsíveis”, em contraste com o comportamento que atribui a Motta. O petista citou três episódios recentes para justificar suas críticas: a derrubada do decreto do IOF, a tramitação da PEC da Blindagem e a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator de um projeto do Executivo.

“Considero imatura a posição do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Política não se faz como clube de amigos. Minhas posições políticas são transparentes e previsíveis. Sempre atuei de forma clara e com posições coerentes, nunca na surdina e erraticamente, como agiu o presidente da Câmara na derrubada do IOF, na PEC da Blindagem e na escolha do deputado Guilherme Derrite como relator de um PL de autoria do Poder Executivo.”, declarou Lindbergh.

O líder do PT continuou afirmando que eventuais desgastes entre o governo e a Presidência da Câmara são consequência direta das atitudes de Motta: “Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades por suas ações e não venha debitar isso na minha atuação como líder da Bancada do PT.

A escalada de tensões ganhou novo combustível após entrevista de Hugo Motta à Folha de S.Paulo mais cedo, na qual ele declarou: “Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ)”.


O atrito entre os dois já vinha se acumulando nas últimas semanas, especialmente durante as negociações do Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, o chamado PL Antifacção. A proposta, que recebeu voto contrário da base governista em 18 de novembro, ampliou o ruído entre PT e Câmara. Na ocasião, Lindbergh afirmou que o governo Lula enfrenta uma “crise de confiança” com Motta.

Após aprovação do texto, o presidente da Câmara publicou no X que o governo “optou pelo caminho errado ao não compor essa corrente de união para combater a criminalidade”. Ele também acusou o Executivo de apostar em “falsas narrativas” e de tentar desinformar a população com fins eleitorais — declaração que intensificou o desgaste.

Lindbergh, por sua vez, respondeu em suas redes que o PL é rejeitado por especialistas e “blinda as facções”. Para ele, a responsabilidade pelo clima de instabilidade é exclusivamente do presidente da Câmara: “Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito”, afirmou.

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