Projeto de anistia não entra na pauta do dia na Câmara

Parlamentares da oposição afirmaram, nesta quarta-feira (26), que o projeto de anistia para os presos do 8 de janeiro não entrou na pauta do dia na Câmara dos Deputados, frustrando a expectativa de votação ainda nesta semana.

O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) criticou, na tribuna, a lista de projetos escolhidos para a sessão e reclamou de temas que, segundo ele, não teriam urgência. Entre eles, criação de cargos no CNJ, doação de aeronaves ao Paraguai e propostas que classificou como “inúteis”. O deputado também acusou o plenário de evitar desgaste com a votação da anistia.


– Tudo isso pra que não haja pressão pra votar o que o Brasil quer, que é a anistia – declarou.

Ele ainda mencionou generais e apoiadores presos, além de criticar decisões do Judiciário.

– Heróis nacionais como o general Heleno estão presos enquanto Sérgio Cabral desfruta da vida – afirmou.

Nas redes sociais, Mario Frias (PL-SP) comentou o adiamento.

– Não vai sair hoje! E não vai fácil. Mas desistir não é uma opção – escreveu.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) gravou um vídeo explicando o impasse e apontou a falta de apresentação do texto pelo relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Segundo ele, isso impede qualquer avanço. O parlamentar lembrou que a urgência da proposta recebeu 311 votos e que o mérito depende apenas de maioria simples.

Gayer afirmou que a oposição está mobilizada. Ele citou o trabalho de Zucco (PL-RS), Nikolas Ferreira (PL-MG), e dos senadores, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Rogério Marinho (PL-RN) entre outros. Disse também que o grupo está “refém da pauta” e que a demora atrapalha a busca de apoio.

– A votação foi adiada porque o texto não foi apresentado. Só conhecemos trechos que o relator comenta na imprensa. Precisamos ter acesso ao texto para deliberar – afirmou.

O deputado goiano ainda pediu paciência aos apoiadores e reforçou que a meta é votar a proposta na próxima semana.

– Não podemos terminar o ano com o general Heleno, com o Bolsonaro e com centenas de pessoas nessa situação. Elas não podem passar por mais um Natal assim — declarou.

Gayer concluiu dizendo que a aprovação depende de articulação com o centro.

– Somos cerca de 100 num universo de 500. Ali no meio tem 300 que precisam ser conversados. Não é fácil, mas seguimos – disse.


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