Congresso derruba vetos de Lula e impõe nova derrota ao governo

O Congresso Nacional impôs um significativo revés ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (27), ao derrubar vetos presidenciais considerados cruciais para a agenda ambiental e fiscal. Em uma única sessão conjunta, deputados e senadores rejeitaram dispositivos sensíveis do Orçamento de 2025 e restabeleceram trechos vetados.


A ação é vista como a maior demonstração de força do Legislativo desde o agravamento da crise institucional entre o Congresso e o Executivo.

Luz Verde para Abater Dívidas com Fundo Regional

Um dos principais vetos derrubados foi o que impedia os estados de utilizarem repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para pagar dívidas bilionárias com a União.

A medida fazia parte do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Embora Lula tivesse vetado o uso desses recursos para abater os débitos, o Congresso decidiu reverter a proibição, autorizando a compensação.

  • FNDR: O Fundo foi criado pela reforma tributária para reduzir as desigualdades regionais.
  • Valores: Os repasses do FNDR começarão em 2029 de forma escalonada, atingindo R$ 60 bilhões anuais a partir de 2043.

Derrubada em Pontos Sensíveis do Licenciamento Ambiental

Na pauta ambiental, o Congresso também derrotou o governo, derrubando os “pontos mais sensíveis” do novo marco do licenciamento ambiental, apesar de ter mantido parte dos vetos. Essa rejeição desidrata a defesa da equipe ambiental do governo em relação à simplificação das regras.


A ofensiva legislativa foi completada pela rejeição de um veto remanescente de 2024, ampliando o desgaste do Palácio do Planalto.

Crise Institucional

A sessão ocorreu em um “ambiente já deteriorado” na relação entre os Poderes. Na véspera, a crise foi publicamente evidenciada pela ausência dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A ausência foi lida como um “recado institucional” que pavimentou o caminho para a votação.

O presidente do Senado, contudo, negou que a derrubada dos vetos fosse uma resposta política:

“O Parlamento não pode se furtar às suas responsabilidades constitucionais”, afirmou Davi Alcolumbre.

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