Trump anuncia que EUA vão começar a deter narcotraficantes venezuelanos “por terra”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de quinta-feira (27) que as Forças Armadas norte-americanas “em breve começarão” a deter narcotraficantes da Venezuela por terra, após considerar que as operações navais contra o tráfico de drogas tiveram resultados expressivos no Caribe e no Pacífico. A declaração foi feita durante uma ligação de Ação de Graças com militares americanos estacionados no exterior.


Segundo Trump, a principal rota de envio de drogas está mudando.
“Provavelmente vocês já notaram que as pessoas não querem mais enviar drogas por mar, e vamos começar a detê-los por terra. Além disso, por terra é mais fácil, mas isso vai começar muito em breve. Nós avisamos para que parassem de mandar veneno para o nosso país”, disse o presidente, sem detalhar como ocorreria essa nova fase da operação.

Operações navais e destruição de embarcações

Trump destacou que, desde 1º de setembro, forças dos EUA destruíram mais de 20 embarcações que Washington vincula ao narcotráfico — a maioria delas procedente da Venezuela.
Em sua mensagem aos militares, ele afirmou:
“Nas últimas semanas, vocês têm trabalhado para deter narcotraficantes da Venezuela, e há muitos. Claro, agora quase não há mais chegando por mar.”

O presidente justificou as ações militares dizendo que “estão mandando veneno para os Estados Unidos, onde matam milhares de pessoas por ano”. Segundo ele, a operação naval já teria interrompido cerca de 85% do fluxo marítimo de drogas.

As declarações ocorrem em um momento de forte presença militar dos EUA no Caribe, com o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior da frota, liderando uma operação que envolve mais de uma dezena de navios, aviões de combate e cerca de 12 mil militares.


Possíveis ações contra a Venezuela

Nos últimos dias, Trump também disse que ainda não decidiu sobre possíveis ataques a infraestrutura venezuelana ou diretamente contra o governo de Nicolás Maduro. Ele afirmou que “poderia conversar para salvar muitas vidas”, o que gerou reações em Caracas. O procurador-geral do regime, Tarek William Saab, disse considerar “bem-vinda” uma eventual conversa com essa finalidade.

Crise aérea: Maduro cancela voos de seis companhias internacionais

Em paralelo à escalada de tensão, o regime de Maduro revogou as concessões de voo de seis grandes companhias internacionais: Iberia, TAP, Avianca, Latam Colômbia, Turkish Airlines e Gol. A decisão veio após acusações de que as empresas teriam “aderido a ações de terrorismo de Estado” supostamente promovidas pelos EUA ao suspenderem operações “de forma unilateral”.

O anúncio foi feito após o fim das 48 horas concedidas pelo governo venezuelano para que as companhias retomassem seus voos — prazo que expirou sem retorno das operações.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, disse:
“Se em 48 horas vocês não reanudarem os voos, não os reanudem mais.”

Motivo da suspensão

As empresas suspenderam seus voos após um alerta da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), que recomendou que as aeronaves comerciais “extremassem a cautela” ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe devido a uma “situação potencialmente perigosa” na região. Após o aviso, várias operadoras ajustaram ou cancelaram suas rotas.

Cabello afirmou que o regime mantém controle absoluto sobre o espaço aéreo do país:
“O governo do meu país decide quem voa e quem não voa. O governo se reserva o direito de admissão.”

Em seu programa Con el Mazo Dando, transmitido pela TV estatal VTV, o ministro também disse:
“Fiquem vocês com seus aviões e nós ficamos com nossa dignidade. Não há problema.”

Segundo ele, a medida faz parte de uma política de “defesa da soberania” diante de pressões externas.

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