Petro desafia Trump sobre voos para Venezuela; entenda

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, desafiou, nesta segunda-feira (1°), a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o espaço aéreo venezuelano permanecerá fechado, e ordenou “restabelecer o serviço aéreo civil” entre seu país e a Venezuela, embora duas companhias aéreas colombianas não tenham interrompido as viagens.

– Os EUA não têm o direito de fechar o espaço aéreo venezuelano. Podem fazê-lo com as suas companhias aéreas, mas não com as do mundo. A Colômbia restabelece o serviço aéreo civil com a Venezuela e convida o mundo a fazê-lo. É hora de diálogo, e não de barbárie – afirmou Petro, no X.


No último sábado (29), Trump disse, na rede social Truth, que o espaço aéreo da Venezuela permaneceria fechado “na sua totalidade”, em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas e ao grande destacamento militar americano no Mar do Caribe em frente ao litoral venezuelano.

No entanto, as companhias aéreas colombianas Wingo e Satena, a panamenha Copa e a Boliviana de Aviación, assim como as empresas locais Avior e Conviasa mantêm as operações na Venezuela.

Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) pediu “cautela extrema” ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe diante do que considera “uma situação potencialmente perigosa” na região.


Por essa razão, cinco dias depois, o Ministério dos Transportes da Venezuela e o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) revogaram a concessão de voo a várias companhias aéreas internacionais – decisão que afetou Gol, Latam Colômbia, Iberia, TAP, Avianca e Turkish Airlines – e as acusou de “se somarem às ações de terrorismo” que considera serem promovidas pelos Estados Unidos.

Nesse sentido, a Aeronáutica Civil (Aerocivil) da Colômbia informou hoje em comunicado que o espaço aéreo venezuelano “permanece plenamente aberto e operacional, sem restrições que afetem a navegação aérea civil”.

– Nas últimas horas foram conhecidos pronunciamentos feitos por um terceiro Estado que não possui ingerência nem competência soberana sobre o espaço aéreo venezuelano, fazendo afirmações que não foram coordenadas com a autoridade aeronáutica deste país. Este tipo de declarações, que estão alheias ao marco normativo internacional, carecem de validade operacional e geram confusão no sistema de aviação civil – acrescentou a entidade colombiana.


Nesta segunda, as companhias aéreas espanholas Iberia e Air Europa anunciaram mudanças nas suas operações na Venezuela. A Iberia suspendeu voos até 31 de dezembro e a Air Europa até o dia 12 do mesmo mês, ambas alegando razões de segurança, enquanto a Latam Colômbia paralisou “até novo aviso” seus voos após a suspensão da sua permissão de operação por parte do INAC.

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