Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (2), o papa Leão XIV pediu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tente derrubar o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, por meio da força militar. O pontífice aconselhou o país a buscar “maneiras de diálogo” ou de “pressão” que não envolva um confronto.
– É melhor buscar maneiras de diálogo, talvez pressão, até mesmo pressão econômica, mas buscando outra maneira de mudar, se for isso que os Estados Unidos decidirem fazer – declarou ele a jornalistas durante viagem de Beirute a Roma.
Na ocasião, o papa havia sido questionado por um jornalista se os sinais do governo estadunidense sobre a Venezuela eram coerentes ou confusos.
– Por um lado, parece que houve uma conversa por telefone entre os dois presidentes; por outro, há esse perigo, essa possibilidade de que haja alguma atividade, alguma operação, até mesmo invadindo o território da Venezuela. Eu não sei mais – admitiu o pontífice.
Trump tem acusado Maduro de liderar o Cartel de los Soles, ligado ao narcotráfico. Sob a liderança do republicano, os EUA vêm conduzindo operações militares no Mar do Caribe e abatendo diversas embarcações que estariam ligadas ao tráfico de drogas. Uma operação em terra não está descartada.
Segundo o jornal Miami Herald, o presidente dos EUA chegou a dar um ultimato para que Maduro deixe a Venezuela imediatamente e parta para o exílio, renunciando ao cargo e permitindo a volta da democracia venezuelana.
Maduro, por outro lado, disse que o poder de seu país se sustenta no “povo, em seus fuzis e sua decisão de construir esta pátria acima de qualquer dificuldade”. Ele nega as acusações de envolvimento com narcotráfico e afirma que o objetivo de Washington é derrubá-lo para tomar o controle do petróleo venezuelano.
