O ministro Alexandre de Moraes, do STF, cobrou nesta quarta-feira (3) que o governador Cláudio Castro (PL) entregue informações sobre a exoneração de Rafael Picciani, feita logo após a prisão do deputado TH Joias, no Rio de Janeiro.
A decisão aparece no mesmo documento em que Moraes ordenou a prisão do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, acusado de vazar dados sigilosos da Operação Zargun. Esse material, segundo a PF, mostra o elo entre políticos do estado e o Comando Vermelho.
O caso começou após a prisão de TH Joias, em setembro. No mesmo dia, Castro retirou Picciani da Secretaria de Esportes, permitindo seu retorno imediato à Alerj. Assim, o suplente TH Joias perdeu o mandato e a Casa não precisou votar sobre sua prisão, como determina a Constituição.
Para a Polícia Federal, o ato foi uma tentativa de reduzir danos políticos. O relatório diz que “logo após a efetivação das medidas cautelares, o governador do estado e a cúpula da Alerj promoveram uma célere manobra regimental”, que afastou Joias do Legislativo.
Os investigadores afirmam que “a movimentação se justifica como uma estratégia imediata de controle de danos, visando desvincular a imagem da Alerj do investigado TH Joias”.
O texto aponta ainda que “tais elementos denotam o grau acentuado de vulneração à ordem pública decorrentes das condutas do investigado”, em referência a Bacellar.
Moraes também exigiu que o governo do Rio envie toda a documentação sobre a saída de Picciani da secretaria.
