A Justiça italiana voltou a adiar a decisão sobre a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que permanece presa na Itália há quase 130 dias. A audiência realizada nesta quinta-feira (4/12), às 15h34 (horário local), na Corte de Apelação de Roma, terminou sem definição. O tribunal decidiu analisar novos documentos apresentados pela defesa antes de anunciar o veredicto.
Uma nova sessão está marcada para o dia 18 de dezembro, quando os magistrados devem retomar o julgamento.
De acordo com os advogados da parlamentar, entre os documentos entregues nesta etapa está o parecer contrário à cassação de seu mandato elaborado pelo relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR).
A defesa afirma que o relatório reforça a tese de perseguição política, argumento central utilizado para tentar barrar a extradição.
Os advogados de Zambelli afirmam ainda que os novos materiais justificam o adiamento, já que os juízes precisam de tempo para analisá-los.
Esta é a segunda vez que o julgamento sofre atraso. A primeira audiência, prevista para 27 de novembro, foi cancelada devido a uma greve de advogados na Itália, da qual a defesa da deputada participou.
A Embaixada do Brasil em Roma, que contratou o advogado da Advocacia-Geral da União (AGU), Alessandro Gentilon, para acompanhar o processo, tem até 10 de dezembro para se manifestar sobre os novos argumentos apresentados.
Carla Zambelli deixou o Brasil no dia 3 de junho, alegando que já se encontrava há alguns dias no exterior para realizar um tratamento médico na Itália — sem detalhar o local.
Pouco depois de sua saída, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou sua prisão preventiva, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A deputada foi localizada e detida em julho, após uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas. Desde então, cumpre prisão em uma penitenciária na região metropolitana de Roma.