Nesta segunda-feira, 17, a Justiça francesa absolveu a fabricante europeia Airbus e a companhia aérea Air France pela queda do voo AF447 Rio-Paris em 2009, que resultou na morte de 228 pessoas. As duas empresas eram julgadas por homicídio involuntário, mas segundo a decisão do tribunal de Paris responsável pelo caso, não foi possível estabelecer uma relação de causalidade segura entre as falhas identificadas e o acidente.
Embora tenham sido listados vários atos de negligência de ambas as empresas, o juiz responsável pelo caso considerou que eles não foram suficientes para estabelecer uma responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo da história da aviação francesa. A sentença destacou o debate que se gerou após a queda da aeronave sobre problemas técnicos tanto da Airbus quanto da Air France com os sistemas que geram as leituras de velocidade.
Após a decisão da Justiça francesa, os parentes das vítimas, que lutavam há 13 anos para que o caso fosse julgado, manifestaram revolta e descontentamento com o veredito. A própria Promotoria da França, que fez a acusação contra a Airbus e a Air France, disse que não havia provas suficientes para culpar as duas empresas.
A Air France, em nota oficial, afirmou se solidarizar com os parentes das vítimas e lembrar a memória dos que faleceram no acidente. Este foi o primeiro julgamento da França por homicídio involuntário corporativo, para o qual a multa máxima é de 225 mil euros.
