Alcolumbre mantém distância de articulações para aprovação de Zanin

Enquanto senadores próximos ao governo trabalham para ajudar Cristiano Zanin a ter uma aprovação expressiva no Senado, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mantém distância das articulações e faz questão de mostrar seu poder em definir o trâmite da sabatina, ainda sem data certa.


Em conversa com Lula na semana passada, Alcolumbre disse que não será obstáculo para a aprovação rápida da indicação do advogado pessoal de Lula. Na prática, entretanto, o senador joga suas cartas.

Alcolumbre, por exemplo, não tem aceitado convites para jantares e encontros promovidos para ajudar Zanin. Na noite desta terça-feira, 6, mesmo convidado, ele faltou ao jantar na casa da ex-senadora Kátia Abreu, por onde passaram senadores e ministros do STF e outras cortes.

Um novo jantar está marcado para a próxima semana, na casa do senador Weverton Rocha (PDT-MA), além de encontros de Zanin com bancadas do Senado.

A interlocutores, Alcolumbre diz que está se mantendo distante para dar espaço para que todos os senadores, inclusive de oposição, tenham contato com Zanin antes da sabatina na CCJ. É o chamado “beija-mão” tradicional que os indicados ao STF precisam fazer nos gabinetes dos senadores.


Está na mão de Alcolumbre a escolha do relator da indicação de Zanin. Os nomes mais prováveis são do vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego, Jader Barbalho ou Weverton. Também pediram para relatar a indicação de Zanin o líder do União Brasil, Efraim Filho (PB), e Renan Calheiros (MDB-AL).

Ele promete anunciar o nome do relator e marcar a data da sabatina até terça-feira da próxima semana. Ao governo, Alcolumbre garantiu que Zanin já poderá ter sua posse marcada no STF para a semana de retorno do recesso judiciário, em agosto.

O Planalto sabe que a tramitação rápida do nome de Zanin passa por negociações com Alcolumbre e quer mostrar a força do governo com um processo rápido. Em 2021, o senador do Amapá, que também presidia a CCJ, segurou a sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro ao STF, por cinco meses.

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