Pelo menos 30 pessoas foram presas na Universidade de Washington (UW), no nordeste dos Estados Unidos, depois que um grupo de militantes; que se identificaram como pró-Palestina; tomou parte do prédio, segundo informou a imprensa local.
– A polícia da UW está posicionada no Prédio de Engenharia Interdisciplinar, que foi ocupado por várias dezenas de pessoas pouco antes do fechamento do prédio – disse a universidade em um comunicado divulgado após a ocupação, de acordo com a emissora ABC News.
Um grupo chamado Estudantes Unidos pela Igualdade e o Retorno dos Palestinos assumiu a responsabilidade pelo incidente e alegou que estava lutando para que a universidade encerrasse seu relacionamento com a Boeing devido aos negócios da gigante manufatureira com Israel no contexto de sua ofensiva na Faixa de Gaza.
Imagens publicadas nas redes sociais mostraram manifestantes resistindo à polícia e queimando contêineres de lixo na rua. Policiais de tropas de choque também foram vistos entrando no prédio ocupado para despejar os ativistas.
– A UW está comprometida em manter um ambiente seguro de aprendizado e pesquisa e condena veementemente esta ocupação ilegal do prédio e a declaração antissemita emitida nesta segunda-feira (5) por um grupo de alunos suspensos – disse um porta-voz da universidade em uma nota publicada pela revista Newsweek.
– A universidade não se deixará intimidar por esse tipo de comportamento ofensivo e destrutivo e continuará a se opor ao antissemitismo em todas as suas formas – acrescentou o comunicado.
Um porta-voz dos organizadores disse à KOMO, uma afiliada da ABC News em Seattle, Washington, que o protesto tem como objetivo eliminar “a influência da Boeing e de outras empresas de manufatura do nosso espaço educacional”.
A Boeing, fabricante de aeronaves e uma das maiores empresas de defesa dos Estados Unidos, tem uma longa história e laços importantes com a Universidade de Washington.
A universidade declarou na noite desta segunda que os “intrusos cobriram os rostos e empilharam móveis do prédio perto das entradas” para impedir a expulsão.
– Até onde sabemos, todos os indivíduos ligados à UW que não desejam permanecer dentro do prédio já foram embora – destacou a universidade em um comunicado após a ocupação.
Há um ano, ativistas também ocuparam os campi da UW por três semanas e montaram um acampamento pró-Palestina, exigindo que a escola cortasse seus laços com a empresa aeroespacial e Israel.
A chamada Zona Liberada foi dissolvida depois que o grupo chegou a um acordo com a universidade e em meio a preocupações com pichações antissemitas aparecendo no centro.
O protesto ocorre em um momento em que as universidades americanas estão sob os holofotes do presidente dos EUA, Donald Trump, que decidiu retirar todo o financiamento de algumas universidades, como a prestigiosa Harvard. Trump acredita que algumas universidades do país estão sendo usadas para promover protestos pró-palestinos e espalhar palavras de ordem antissemitas.