Amazônia vira maior emissor de gases de efeito estufa do planeta

A floresta Amazônica, que abriga cerca de 50% da biodiversidade mundial e já foi chamada de pulmão do mundo, tornou-se nos últimos cinco dias a região que mais emitiu gases de efeito estufa. Devido às queimadas e à seca extrema no Norte do Brasil, o sudoeste da floresta tem liberado alto volume de aerossóis e monóxido de carbono, gases associados ao efeito estufa na atmosfera. A conclusão foi feita por meio do Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia.

Na avaliação dos especialistas, até o momento, esse cenário é encarado como resultado de uma temporada sazonal de queimadas. Eles alertam, contudo, que caso essas emissões sigam por meses, elas podem gerar impactos alarmantes para o planeta.


– Os gases liberados contribuem para o aquecimento global, que aumenta os níveis do mar, altera o clima. Além disso, espécies de fauna e flora desaparecem – declarou Camila Silva, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em entrevista ao jornal O Globo.

No período entre o início de janeiro a setembro deste ano, a Amazônia registrou mais de 82 mil focos de incêndio. Esse número é o dobro de queimadas em relação ao mesmo período no ano passado, e só não ultrapassou o recorde registrado em 2007, com 85 mil pontos de fogo.

O QUE É O EFEITO ESTUFA?

O efeito estufa é um fenômeno natural que ocorre quando gases como dióxido de carbono, metano e vapor d’água fazem a atmosfera reter parte da energia irradiada pela superfície terrestre. Isso impede que o calor emanado pelo planeta escape para o espaço.

Esse processo é essencial para manter a Terra aquecida o suficiente para ser habitável e gerar vida. Entretanto, atividades humanas como queima de combustíveis fósseis e desmatamento intensificaram a concentração desses gases, aumentado o efeito estufa e gerando um aquecimento acima do que é saudável para o planeta e seus habitantes.

Entre as consequências, estão o aumento de temperatura, secas prolongadas, ondas de calor, invernos mais curtos, derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos, acidificação dos oceanos, perda de biodiversidade, impactos na agricultura e segurança alimentar, além de problemas de saúde pública, como intensificação de doenças respiratórias e desidratação.

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