Ameaça ucraniana faz 21 cidades russas cancelarem desfiles do Dia da Vitória

O Dia da Vitória, feriado secular mais importante da Rússia, comemorado nesta terça-feira, 9, celebra a rendição da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Porém, a celebração deste ano está sob sombra de ameaça ucraniana e pelo menos 21 cidades cancelaram as celebrações do 9 de maio por conta de preocupações de que os eventos possam ser alvos de ataques ucranianos.


O famoso desfile militar da Praça Vermelha de Moscou, evento principal, seguirá mesmo após uma tentativa de ataque com drones na semana passada ao Kremlin. Mas, as autoridades locais cancelaram uma das celebrações mais notáveis do Dia da Vitória: as procissões do “Regimento Imortal”, nas quais multidões de cidadãos saem às ruas segurando retratos de parentes que morreram ou serviram na Segunda Guerra Mundial.

Embora os tanques e armamentos pesados circulem na terça pela praça, a incapacidade da Rússia em obter ganhos na Ucrânia prejudica a imagem da indomabilidade do seu Exército. Depois de capturar um trecho considerável do território ucraniano nas primeiras semanas da invasão em fevereiro de 2022, a campanha russa teve uma série de fracassos, como a tentativa abandonada de entrar na capital, Kiev, recuos no norte e no sul da Ucrânia e, mais recentemente, a incapacidade de tomar Bakhmut, uma pequena cidade de valor questionável, apesar de meses de combates excepcionalmente horríveis.

Os mísseis que caem sobre alvos civis ucranianos atraíram a condenação mundial da Rússia, enquanto os países ocidentais que fizeram causa comum com Moscou para, agora, têm-se distanciado. Analistas estão divididos sobre se o incidente do drone de 3 de maio no Kremlin foi um ataque genuíno ou uma “bandeira falsa” inventada para justificar o aumento da ferocidade das barragens de mísseis da Rússia na Ucrânia. A sensação de segurança dos russos já abalada por ataques, provavelmente cometidos pela Ucrânia ou por oponentes domésticos, tem sido minada por esse incidente.

Três proeminentes apoiadores da guerra na Ucrânia também foram mortos ou feridos em seu próprio território em outras partes da Rússia. Um carro-bomba na semana passada na região de Bryansk matou quatro pessoas. As autoridades da mesma região também afirmaram em março que duas pessoas foram baleadas e mortas por supostos sabotadores ucranianos. Bryansk também sofreu bombardeios transfronteiriços esporádicos, inclusive no mês passado, quando quatro pessoas foram mortas.


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