A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) emitiu, na noite desta quarta-feira (18), notificações para cerca de 20 mil operadoras e provedores de internet, determinando novamente o bloqueio do acesso ao X (antigo Twitter), após a plataforma retomar suas operações no Brasil. A medida ocorre em cumprimento à ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia determinado a suspensão da rede social.
De acordo com informações divulgadas pelo portal UOL, a Anatel contou com o suporte da empresa norte-americana Cloudflare, que estaria sendo utilizada pela plataforma de Elon Musk para contornar o bloqueio imposto pela Justiça brasileira. A Cloudflare, que funciona como um intermediário na conexão entre usuários e servidores, “isolou” o tráfego do X, permitindo que o bloqueio fosse aplicado sem afetar outras instituições e empresas que compartilham a mesma rede.
Sem esse isolamento, o bloqueio poderia derrubar também o acesso a sites de bancos, empresas privadas e até mesmo do próprio Supremo Tribunal Federal. A expectativa da Anatel é que as operadoras de internet consigam efetuar o bloqueio do X até a manhã desta quinta-feira (19).
O bloqueio da rede social foi ordenado pelo ministro Alexandre de Moraes em 30 de agosto, após o X descumprir ordens judiciais emitidas pelo STF. A decisão inclui uma multa diária de R$ 50 mil para qualquer pessoa ou empresa que tente driblar o bloqueio por meio de tecnologias como VPNs.
Em comunicado, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) explicou que o X alterou sua estrutura de rede, passando a utilizar servidores da Cloudflare, o que dificulta o bloqueio da plataforma. Essa mudança envolve o uso de IPs dinâmicos e mascaramento do IP original da rede social, complicando as tentativas de suspensão do serviço.
O Cloudflare é amplamente utilizado como um serviço de segurança e desempenho para sites, protegendo-os contra ataques cibernéticos e melhorando a velocidade de carregamento de páginas. Devido à sua importância para o funcionamento de inúmeros sites, bloquear o serviço diretamente geraria implicações significativas, afetando diversos domínios essenciais.
A Anatel, no entanto, mantém a ordem de bloqueio ao X, enquanto o impasse jurídico sobre o cumprimento das decisões do STF continua em aberto.
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