A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta semana, a interdição cautelar de dois medicamentos produzidos no Brasil: o antibiótico Vancotrat 500 mg, da União Química Farmacêutica Nacional S/A, e o cloridrato de lidocaína – 20 mg/ml, anestésico fabricado pela Hypofarma — Instituto de Hypodermia e Farmácia Ltda.
A decisão, publicada no Diário Oficial da União, tem caráter preventivo e temporário, visando proteger a saúde da população enquanto são realizados testes e análises complementares.
No caso do antibiótico Vancotrat 500 mg, usado no tratamento de infecções como pneumonia, a interdição atinge o Lote nº 2518163, com validade até abril de 2027.
Em nota, a União Química informou que cumpre integralmente a determinação da agência e que iniciou ações internas de investigação e controle de qualidade para apresentar os dados técnicos necessários à comprovação da segurança do produto.
A farmacêutica destacou ainda que pretende solicitar a futura desinterdição do lote, caso as análises confirmem a conformidade do medicamento.
Segundo a Agência, a medida foi tomada após a constatação de uma mudança de cor na solução — que, ao ser diluída, apresentou tonalidade alaranjada, diferentemente do padrão descrito em bula.
O anestésico cloridrato de lidocaína – 20 mg/ml, de uso hospitalar, teve interditado o Lote nº 25010360, com validade até janeiro de 2027, após a descoberta de um inseto em uma das ampolas do produto.
De acordo com o Metrópoles, a Hypofarma informou que, após a notificação da Anvisa sobre uma denúncia de possível presença de um inseto em uma ampola do anestésico, a empresa realizou análises técnicas detalhadas e “não encontrou qualquer indício de contaminação”.
A companhia afirmou que encaminhou as respostas oficiais ao órgão regulador assim que tomou conhecimento do caso e destacou que o próprio cliente responsável pela reclamação se retratou posteriormente.
O material foi encaminhado para análise, e a agência suspendeu temporariamente o uso do lote em todo o país.
Durante o período de interdição, os medicamentos não devem ser utilizados, comercializados ou distribuídos. A Anvisa orienta que profissionais de saúde e pacientes suspendam o uso imediato dos produtos e comuniquem qualquer ocorrência à Vigilância Sanitária local ou à própria agência, por meio canais de atendimento disponíveis no portal oficial da autarquia.
A interdição cautelar é uma medida prevista nas normas sanitárias brasileiras e pode ser adotada quando há suspeita de irregularidade ou risco potencial à saúde. A iniciativa não implica necessariamente recolhimento definitivo, mas impede o consumo e a venda do produto até o fim das investigações.