Após depor à PF, Bolsonaro revela valor do PIX enviado ao filho Eduardo Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) ter enviado R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. A declaração foi feita durante entrevista coletiva após Bolsonaro prestar depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas, em investigação sobre supostas tentativas do deputado federal licenciado de influenciar autoridades norte-americanas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Bolsonaro, o valor repassado a Eduardo é “dinheiro limpo, legal”. “Botei dinheiro na conta dele, bastante até, dinheiro limpo, legal, até PIX”, afirmou. O ex-presidente justificou a transferência como uma ajuda para que o filho e a família não enfrentem dificuldades no exterior. “Lá fora tudo é mais caro, eu tenho dois netos, um de 4 e outro de um ano de idade, ele [Eduardo] tá lá fora, não quero que passe dificuldade”, declarou.

Ainda de acordo com Bolsonaro, os recursos saíram dos R$ 17 milhões que, segundo ele, foram depositados em sua conta no passado, mesmo sem campanha eleitoral. “Vocês sabem que, lá atrás, eu não fiz campanha, mas foi depositado na minha conta R$ 17 milhões e eu botei R$ 2 milhões na conta dele”, disse.

Durante a entrevista, o ex-presidente também negou que Eduardo esteja fazendo “lobby” ou “trabalho” nos Estados Unidos com o objetivo de sancionar autoridades brasileiras. “Não tem lobby, não tem trabalho, não tem tentar sancionar quem quer que seja no Brasil”, afirmou.

Bolsonaro disse ter “orgulho” da atuação do filho e afirmou que ela tem relação com a defesa da democracia, e não com coação. A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê indícios de que Bolsonaro possa ter sido beneficiado diretamente pelas ações de Eduardo. Para o órgão, as condutas podem configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, é o relator do caso e autorizou a oitiva de Bolsonaro e de outras testemunhas. Entre os nomes que devem ser ouvidos estão diplomatas brasileiros nos EUA e parlamentares, como Lindbergh Farias (PT-RJ), que pediu uma apuração formal da Câmara sobre a conduta de Eduardo.

O depoimento de Bolsonaro começou por volta das 15h e terminou às 17h. Segundo ele, foi ouvido exclusivamente sobre a atuação do filho nos Estados Unidos.


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