Após pressão dos EUA, procuradoria pede a revogação da sentença contra Álvaro Uribe na Colômbia

A política colombiana vive um novo capítulo de tensão. Nesta segunda-feira (11), a Procuradoria-Geral da Colômbia pediu ao Tribunal Superior de Bogotá que anule a condenação do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). O ex-mandatário, líder do partido de direita Centro Democrático, havia sido sentenciado em primeira instância a 12 anos de prisão domiciliar por adulteração de testemunhas — um marco inédito na história do país, por se tratar da primeira condenação criminal contra um ex-chefe de Estado colombiano.

O pedido de anulação, assinado pelo procurador-geral Bladimir Cuadro, sustenta que a decisão proferida pela juíza Sandra Heredia, do 44º Tribunal Penal de Bogotá, se apoiou em “avaliação falha” das provas. “Solicito respeitosamente que a Câmara Criminal do Tribunal Superior de Bogotá anule a sentença de primeira instância nos aspectos que foram objeto de divergência”, diz o texto. Uribe havia sido considerado culpado de fraude processual e suborno em um caso aberto por ele próprio em 2012.

Segundo fontes políticas e diplomáticas ouvidas pela imprensa local, a movimentação ocorre em um contexto de intenso diálogo com autoridades dos Estados Unidos, país que mantém relações estratégicas de segurança e cooperação econômica com a Colômbia. Washington teria expressado preocupação com a estabilidade política e o impacto que a condenação de Uribe poderia ter sobre projetos conjuntos na região, especialmente em áreas como combate ao narcotráfico e desenvolvimento rural. Embora não haja confirmação oficial, interlocutores próximos ao caso afirmam que conversas de alto nível podem ter contribuído para acelerar a reavaliação judicial.


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