A ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, deve ser deportado de Israel até esta quinta-feira, 12, conforme decisão de tribunal israelense tomada depois de audiência com os detidos da Flotilha da Liberdade, movimento internacional contra o bloqueio de Gaza.
Ávila está entre os 12 ativistas detidos depois da interceptação de uma embarcação em águas internacionais, enquanto o grupo tentava levar alimentos e medicamentos à Faixa de Gaza. Os manifestantes estão proibidos de entrar em Israel pelos próximos 100 anos.
De acordo com Luciana Palhares, integrante da Flotilha da Liberdade no Brasil, ele se recusou a assinar um termo no qual reconheceria a tentativa de entrada ilegal em território israelense. “Ele é um preso político, por isso não aceitou assinar culpa de crime nenhum”, afirmou.
Israel afirma que ajuda humanitária é garantida por canais oficiais
A ambientalista sueca Greta Thunberg, detida junto com o grupo, aceitou assinar o documento e já foi deportada. Segundo a Flotilha, a decisão de alguns membros de aceitarem os termos israelenses teve como objetivo permitir que denunciem os acontecimentos ao retornarem a seus países.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil acompanha o caso e divulgou nota em que condena a interceptação do barco em águas internacionais. “Em flagrante transgressão ao direito internacional, o Brasil clama pela libertação de seu nacional e insta Israel a zelar pelo seu bem-estar e saúde”, afirmou o Itamaraty.
Por sua vez, o governo de Israel afirmou que cerca de 11 milhões de refeições e mais de mil caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza através de Israel nas últimas duas semanas. “Há maneiras de entregar ajuda à Faixa de Gaza — elas não envolvem provocações e selfies”, criticou o Ministério das Relações Exteriores do país.