Banco Master contratou Temer para tentar salvar negociação

Após o Banco Central (BC) ter rejeitado, no início de setembro, a proposta de venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB), o proprietário do Master, Daniel Vorcaro, preso pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (17), contratou ninguém menos que o ex-presidente Michel Temer (MDB) para tentar salvar a operação.

A aproximação entre Temer e Vorcaro foi intermediada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que mantém um longo relacionamento com o ex-presidente. Temer e Ibaneis, por sinal, chegaram a se encontrar com Paulo Henrique Costa, que era o presidente do BRB, mas que foi afastado pela Justiça no âmbito da operação deflagrada pela PF nesta terça-feira (18).


O próprio Temer, por sinal, confirmou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no último dia 15 de setembro, que tinha sido acionado para colaborar com o Banco Master. Ao jornalístico, ele revelou também ter se reunido com Daniel Vorcaro.

– Me chamaram duas semanas atrás a Brasília, quando ainda se achavam interessados na formalização da transação [com o BRB]. Estava também o Daniel Vorcaro, e o Ibaneis [Rocha, governador do DF] disse que queria que eu fizesse uma mediação – disse Temer.

A tentativa, porém, aparentemente não foi bem sucedida, já que o Banco Central (BC) decretou nesta terça a liquidação extrajudicial do Master, menos de um dia depois de o Grupo Fictor ter indicado o interesse em comprar a instituição. Segundo pessoas que acompanham o tema de perto, a liquidação acaba com a possibilidade de o acordo avançar.


A liquidação judicial do Master entrou no radar do mercado desde setembro, quando o BC negou a autorização para o Banco de Brasília (BRB) adquirir a companhia. O modelo de negócios do Master era considerado problemático, já que o banco emitia papéis garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e pagava taxas muito acima do mercado.

A liquidação extrajudicial é um regime de resolução à disposição do BC para lidar com problemas graves em instituições financeiras, a fim de manter a estabilidade do sistema. A medida interrompe o funcionamento da instituição, retirando-a do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Isso significa que o banco fecha, ou seja, que deixa de funcionar.

Fonte: Pleno.news

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