No centro de uma operação da Polícia Federal (PF) que resultou até mesmo na prisão de seu proprietário, Daniel Vorcaro, o Banco Master já teve como responsável por sua defesa o escritório Barci de Moraes, no qual atuam a advogada Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e dois filhos do magistrado.
Em abril deste ano, a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, revelou, com base em informações de fontes ligadas ao banco, que Viviane representava o Master em algumas ações. No entanto, não havia informações sobre quais seriam os processos, nem o valor dos honorários. Em consulta ao sistema do STF
O levantamento, por sinal, identificou a atuação de Viviane em 31 processos públicos no Supremo, mas nenhum deles relacionados diretamente ao Banco Master. Apenas um dos processos da esposa de Moraes ainda está em andamento na Suprema Corte até a última consulta feita pela reportagem, nesta terça-feira (18).
Não há dados recentes sobre se a relação entre o Master e Viviane ainda está ativa, especialmente após a sanção aplicada contra ela pelo governo dos Estados Unidos via Lei Global Magnitsky, em setembro deste ano, fato que dificultou a atuação do escritório a ponto de fazer até o site da banca sair do ar. Diante do quadro, Viviane decidiu abrir um novo escritório, no qual ela é atualmente sócia com a filha Giuliana.
SOBRE A OPERAÇÃO DA PF
A PF prendeu, nesta segunda (17), o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, em uma operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do Master para o Banco de Brasília (BRB). A ação cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão. Augusto Lima, sócio do Master, também foi preso na ação.
A operação foi batizada pela PF de Compliance Zero e detectou suspeitas da emissão de títulos de crédito falsos pelo Banco Master. Esses títulos teriam sido vendidos ao BRB e, após a fiscalização do Banco Central (BC), foram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. São investigados crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, dentre outros.
Em setembro, o Banco Central reprovou a compra de uma fatia do Banco Master pelo Banco de Brasília. O BC passou cinco meses analisando o processo. Um ponto central da decisão foi o risco de o BRB ser contaminado pelos ativos do Master considerados “podres”.
Na operação desta terça, além de Vorcaro e Lima, diretores do Master também são alvo de mandados de prisão.
Fonte: Pleno.news