Bolívia também reforça controle de fronteiras após megaoperação no Rio

A Bolívia — a exemplo de Argentina, Paraguai e Uruguai — também reforçou o policiamento nas fronteiras do país, principalmente com o Brasil, em decorrência da fuga do Rio de Janeiro de criminosos ligados ao Comando Vermelho depois da megaoperação policial na terça-feira 28.


O Ministério de Governo da Bolívia comunicou, nesta quinta-feira, 30, que reforçou o policiamento em cidades das regiões de Pando, Beni e Santa Cruz, que fazem fronteira com Acre, Rondônia e Mato Grosso. A ação integra a operação “Escudo de Ferro”, lançada depois de relatos sobre a presença de criminosos estrangeiros no país.

“Especificamente, nos comandos de Santa Cruz, Beni e Pando, que ficam na fronteira com o Brasil, com o plano de operação ‘Escudo de Ferro’, ordeno que sejam realizadas operações policiais, ações ao longo de toda essa fronteira com o objetivo de impedir a entrada de pessoas ligadas a organizações criminosas em nosso país”, declarou o comandante da polícia, Augusto Russo.

Presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz pediu reforço nas fronteiras

Segundo o governo boliviano, os controles de fronteira foram intensificados por determinação do presidente Luis Arce, em resposta direta à operação policial no Rio de Janeiro. No extremo sul, o Uruguai também anunciou medidas para elevar a vigilância nas áreas fronteiriças com o Brasil.

Antes do anúncio oficial do governo, o presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz, pediu, ainda na quarta-feira 30, que o governo de Luis Arce adotasse as medidas “necessárias” para impedir a entrada de membros de organizações criminosas brasileiras no país.


Em comunicado, Paz instou Arce a “implementar imediatamente todas as medidas de controle e segurança necessárias para impedir a entrada em território nacional de membros de organizações criminosas vindas do Brasil, em decorrência dos graves atos de violência ocorridos recentemente no Rio de Janeiro”. “A salvaguarda de nossas fronteiras e a proteção dos cidadãos bolivianos devem ser uma prioridade nacional, acima de quaisquer diferenças políticas.”

Uruguai, Paraguai e Argentina

No Paraguai, o Conselho Nacional de Segurança informou que equipes intensificaram as abordagens em estradas da região leste do país desde a manhã desta quinta-feira, 30. O órgão confirmou a adoção de medidas extraordinárias de prevenção e vigilância em toda a faixa de fronteira.

O governo também iniciou ações de inteligência para identificar possíveis tentativas de fuga de membros da facção. A prioridade, segundo o comunicado, é impedir a entrada de foragidos da Justiça brasileira.

No Uruguai, o Ministério do Interior informou que “monitora atentamente” a fronteira norte e que “atuará em consequência” dos ocorridos no Rio de Janeiro. As forças de segurança buscam rastrear rotas utilizadas por criminosos para escapar da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão.

A operação policial, considerada a maior da história do Estado, deixou 121 mortos e prendeu mais de cem criminosos. “Já foram tomadas medidas, já há ordens expressas de reforço da vigilância das fronteiras, a polícia já está cuidando do assunto”, disse o ministro do Interior do Uruguai, Carlos Negro.

A Argentina anunciou medidas de contenção ainda na quarta-feira 29. A ministra da Segurança Pública, Patricia Bullrich, declarou “alerta máximo” na fronteira. Os policiais argentinos vão aplicar controles mais rígidos contra brasileiros nas áreas de fronteira. O objetivo é evitar que criminosos atravessem o território em busca de refúgio ou apoio logístico.

Argentina e Paraguai já classificaram o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital como organizações narcoterroristas.

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