Nesta quinta-feira (5/12), em um vídeo em seu perfil oficial no Twitter/X, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o jornal O Globo de espalhar fake news ao publicar uma matéria sobre um contrato de reforma de R$ 900 mil em uma de suas casas.
O imóvel foi declarado por R$ 98,5 mil nas eleições de 2022. A informação, segundo a publicação, foi divulgada pela Polícia Federal (PF). No vídeo, Bolsonaro afirmou que o jornal queria insinuar que ele estava cometendo lavagem de dinheiro.
Ele explicou que o imóvel em Angra dos Reis realmente é seu e foi construído nos anos 90. A reforma foi paga via Pix em 2023 e declarada em seu Imposto de Renda, conforme documento mostrado no vídeo.
“A imagem que O Globo quer passar é que eu teria lavado R$ 900 mil, talvez vendendo algo que não me pertencia para poder investir em um patrimônio meu”, disse o ex-presidente. “Se deram mal mais uma vez.”
No fim do vídeo, Bolsonaro afirma que a PF apreendeu muitos artefatos de sua mesa durante uma das operações, incluindo três páginas de um inquérito. “Vazem essas três páginas do inquérito. Ficaria muito feliz com esse vazamento”, declarou. O ex-presidente não deu detalhes sobre o conteúdo do documento.
O que O Globo disse sobre Bolsonaro
De acordo com a publicação de O Globo, divulgada nesta quinta-feira, a Polícia Federal encontrou um contrato de R$ 900 mil para a reforma da casa de Bolsonaro em Angra dos Reis. O documento estava em uma pasta no escritório do ex-presidente, em Brasília.
A operação está relacionada a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O contrato foi incorporado ao inquérito que resultou no indiciamento de Bolsonaro por supostamente tentar reverter o resultado das eleições presidenciais.
O relatório da Polícia Federal destacou: “chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, nas eleições de 2022, a residência estava avaliada em R$ 98.500”.
Conforme Bolsonaro informou em suas redes sociais, as reformas ocorreram ao longo de 2023, depois das eleições. De acordo com a corporação, a corretora que atua na região avaliou a casa em cerca de R$ 2,5 milhões.
A PF ainda alega que o contrato de reforma não tinha assinaturas de Bolsonaro ou da empresa de engenharia responsável. O documento estipula que o valor de R$ 900 mil inclui mão de obra e materiais.
Estaria previsto um pagamento inicial de 30% do valor total, de R$ 270 mil, com o restante em quatro parcelas de R$ 135 mil. Um pagamento final de R$ 90 mil seria realizado depois da conclusão dos trabalhos, previstos para 100 dias úteis.