Eleito presidente da Câmara com o apoio dos dois grupos que polarizam a política brasileira, o lulismo e o bolsonarismo, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) não fechou a porta para a tramitação do projeto que anistia envolvidos nos atos do 8 de Janeiro de 2023, em Brasília. A sinalização de Motta está sendo celebrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reforçou, em entrevista ao Metrópoles, a esperança de aprovar o projeto. Segundo ele, a aprovação não traz ganhos próprios.
“Não é a minha anistia; afinal de contas, não estou condenado em absolutamente nada”, disse Bolsonaro. “É para dezenas de pessoas condenadas a penas absurdas” e “uma anistia humanitária”, assinalou o ex-chefe do Plantalto.
Em entrevista à Globo News nesta terça-feira (4/2), Hugo Motta revelou que, na conversa que teve com Bolsonaro quando solicitou apoio, ouviu do ex-presidente o pedido para pautar a anistia. “Ele [Bolsonaro] fez questão de dizer: ‘Olha, Hugo, não estou defendendo a anistia para mim. Os meus problemas jurídicos eu tenho como resolver, o meu partido me ajuda, tenho minha estrutura [jurídica]. A minha preocupação é com relação às pessoas que estão sendo condenadas diante dos ataques do 8 de Janeiro e receberam penas muito grandes’”, relatou o novo presidente da Câmara.