Bolsonaro defende anulação de delação de Mauro Cid; entenda

ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) defendeu na rede social X a anulação da delação do seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Na postagem, Bolsonaro destaca que as mensagens de Cid divulgadas pela Revista Veja “escancaram o que sempre dissemos: a “trama golpista” é uma farsa fabricada em cima de mentiras”.


Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda. – Segundo o próprio delator, “Bolsonaro não ia fazer nada”, mas isso pouco importava, porque “não precisa de prova, só de narrativa”, “o roteiro já estava pronto”, “a sentença já está escrita”… e “se não entregar a cabeça de alguém” ou “não falar o que querem, o Ministro não te solta”. – Isso não é justiça. É perseguição. É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento”, escreveu.

“Um processo movido por vingança, não por verdade.Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertados imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, continuou.

Apelo à consciência dos brasileiros, das instituições, dos parlamentares e da imprensa séria: reflitam sobre o preço dessa escalada autoritária. Chega dessa farsa. Não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio”, concluiu a publicação.

Mensagens obtidas com exclusividade pela Veja revelam contradições na versão de Mauro Cid. Os registros mostram que o ex-ajudante de ordens afirmou ter sido supostamente pressionado e discutido a narrativa de um golpe, além de ter falado sobre medidas extremas e a figura do ministro Moraes.

O conteúdo traz prints do que seria uma troca de mensagens entre o militar que usa um perfil de nome “Gabriela R” com alguém do círculo próximo do ex-presidente. Segundo a publicação, o conteúdo aponta jogo duplo do delator: ele fala abertamente das longas oitivas que estava enfrentando – “Foram três dias seguidos” – e do desconforto em relação ao trabalho dos investigadores – “Toda hora queriam jogar para o lado do golpe… e eu falava para trocar porque não era aquilo que tinha dito”.

De acordo com a revista, a narrativa bate com o conteúdo omitido em seu interrogatório, o que levanta suspeitas sobre a veracidade do seu depoimento ao STF. “Pelas cláusulas do acordo do ex-ajudante de ordens, se a delação for cancelada, ele volta a responder pelos mesmos crimes dos demais réus”, destaca a reportagem.

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