Bolsonaro reage a nova operação da PF e critica decisão do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta sexta-feira (18) sobre a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa e no escritório da sede do Partido Liberal (PL), em Brasília. Durante conversa com jornalistas, Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado e classificou a ação como uma “suprema humilhação”.

“Nunca pensei em sair do Brasil”, declarou o ex-mandatário. “No momento, é um novo inquérito, e estou dentro dele”, acrescentou, ao comentar a nova investigação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que inclui medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, apreensão de celular, restrição de deslocamento e proibição de contato com outros investigados — inclusive com os próprios filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro.

“O [inquérito] do golpe é inquérito político”, afirmou o ex-presidente, alegando que a Corte “não tem prova de nada”. Segundo ele, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi além do que apontava o inquérito da PF: “Nada de concreto existe ali e a própria PF não me botou no 8 de janeiro. PGR foi além do que viu no inquérito e botou. Golpe sem Forças Armadas, sem armas. Golpe de festim. Julgamento, eu espero que seja técnico e não político.”

A nova investigação mira suspeitas de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações e atentado à soberania nacional. O STF aponta que Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro teriam atuado junto a autoridades norte-americanas nos últimos meses em busca de sanções contra agentes públicos brasileiros.

Bolsonaro também comentou outras medidas impostas pela Justiça, como a apreensão de R$ 8 mil e US$ 14 mil, e a proibição de sair de casa à noite nos dias úteis e em tempo integral aos fins de semana. “Nunca pensei em ir pra embaixada. Mas cautelares foram em função disso. Não posso me aproximar de embaixada. Tenho horário pra ficar na rua”, relatou. “É a quarta busca e apreensão contra mim”, reclamou.

Durante a coletiva, Bolsonaro também criticou a atuação do governo Lula diante do novo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Segundo ele, o Brasil deveria estar negociando com Washington, como outros países. “Em 2019, Trump era presidente, queria impor tarifa sobre aço e alumínio. Resolvi e não foi tarifado. O mundo todo [está] com tarifas [hoje]”, declarou. “Só o Brasil não está negociando.”


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