O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conteve as lágrimas ao receber a visita do vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL). Na conversa com o aliado, o ex-mandatário teria afirmado que a vida “já acabou” diante do momento delicado que vive na política.
De acordo com informações da coluna Paulo Cappelli, do Metrópoles, a conversa entre Bolsonaro e o Ricardo Mello Araújo durou cerca de quatro horas.
“Na minha carreira visitei policiais que acabaram presos em ocorrências por troca de tiros e depois foram absolvidos. Eu sei o que é isso, o que a pessoa que está presa passa”, pontuou o vice-prefeito, que foi indicado pelo ex-presidente a compor a chapa com Ricardo Nunes (MDB).
“Quando fui visitá-lo, fui para deixá-lo animado. Cheguei, abracei. Sentamos e ficamos das 14h às 18h conversando. Ele começou a contar a história da vida dele: do Exército até a presidência. E eu jogando ele para cima. Disse que [a prisão domiciliar] é mais uma que ele vai superar, assim como a facada e um acidente em salto de paraquedas. Ele é ousado, não para”, acrescentou.
O vice-prefeito alega que Jair Bolsonaro precisa “tirar o lado bom da desgraça” e que o ex-presidente está “enxergando todas as peças”. Ele afirma que a disputa eleitoral ao Palácio do Planalto em 2026 não é uma das preocupações do ex-mandatário.
“Ele disse: ‘Estou com 70 anos, a minha vida já acabou’. E se emocionou. Eu disse que não, que ele ainda está no jogo”, destacou.
“Ele não está com cabeça em eleição. Por isso, acho sacanagem o pessoal querer o espólio eleitoral dele. Estão enterrando ele vivo. Querem 40 anos nas costas dele. Fui lá para levantar o ânimo dele. Fico indignado de ver tanto bandido sendo solto — traficante, homicida, ladrão — e Bolsonaro preso”, complementou.