O ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta segunda-feira (31) sobre a prisão de Eliene Amorim de Jesus, missionária da Assembleia de Deus e estudante de psicologia, detida desde março de 2023 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão. Segundo Bolsonaro, a prisão dela é um caso de perseguição política e faz parte de um cenário mais amplo de injustiças contra apoiadores que estiveram em Brasília no dia 8 de janeiro.
– Infelizmente, Débora não é um caso isolado. Existem muitas outras Déboras. Muitas outras mães afastadas arbitrariamente de seus filhos – declarou o líder da direita, referindo-se a outros casos de mulheres presas por suspeita de envolvimento nos atos daquele dia.
Eliene, de 28 anos, foi acusada de participar da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, mas não há registros de sua participação direta nos atos de vandalismo. Bolsonaro afirmou que ela estava em Brasília como pesquisadora e que sua prisão foi injusta.
– Todas as imagens mostram Eliene com papel e caneta na mão. Seu celular, apreendido pela PF, comprova que ela realizava uma pesquisa sobre os acampamentos pela ótica da psicologia – disse ele.
O caso ganhou visibilidade após ser lembrado pelo jornalista José Linhares, do Maranhão, estado onde Eliene morava antes de sua prisão. De acordo com Linhares, a jovem pretendia escrever um livro sobre as manifestações que acompanhava. Ela já havia feito anotações e registros fotográficos em São Luís antes de viajar para Brasília.
Bolsonaro criticou duramente a condução do caso e a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
– Uma jovem trabalhadora, estudiosa, sem antecedentes e claramente inocente está sendo tratada como inimiga do Estado. E o mais grave: isso não é exceção – afirmou.
Para ele, Eliene não é a única pessoa que enfrenta esse tipo de situação e “há dezenas, talvez centenas, de casos parecidos, muitos dos quais sequer vieram à tona ainda, já que pessoas foram presas nessas operações por todo o Brasil”.
Bolsonaro alegou que há uma perseguição política em curso e que a Justiça tem adotado medidas exageradas contra manifestantes. O presidente de honra do Partido Liberal concluiu sua fala convocando seus apoiadores para um ato em São Paulo no próximo domingo (6).
– Por isso, não podemos recuar. Temos que seguir exigindo liberdade e anistia para todos os presos políticos do 8 de janeiro. No próximo domingo, 6 de abril, todos na Avenida Paulista!
