Brasil não é problema para os EUA, diz Alckmin sobre tarifas de Trump

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil não representa um “problema” para os Estados Unidos no contexto das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano. Segundo Alckmin, a relação comercial entre os países é superavitária para os EUA, ou seja, os Estados Unidos exportam mais do que importam do Brasil.

“Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. O que buscamos é o entendimento porque o comércio exterior tem que ser um ganha-ganha”, declarou o vice-presidente, em entrevista à rádio CBN.

Alckmin também destacou que o governo brasileiro já iniciou negociações com representantes dos Estados Unidos para minimizar os impactos das novas tarifas sobre a importação de produtos brasileiros. Ele se reuniu na última sexta-feira (7) com o representante de Comércio dos EUA (USTR), Jamieson Greer, para discutir as questões comerciais.

As declarações do vice-presidente ocorrem em meio à crescente tensão causada pelo “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. Nesta semana, o presidente Donald Trump assinou ordens executivas adiando até 2 de abril a aplicação de tarifas sobre o México e o Canadá. No entanto, as sobretaxas sobre aço e alumínio, que afetam diretamente países como o Brasil, foram mantidas. A tarifa de 25% visa tentar equilibrar as parcerias comerciais entre os países.

De acordo com o Banco Mundial, os Estados Unidos são os maiores importadores de alumínio do mundo e o segundo maior comprador de aço.

Alckmin também abordou a inflação dos alimentos, destacando o esforço do governo brasileiro para adotar medidas emergenciais para controlar a alta dos preços. Na última semana, o vice-presidente anunciou um pacote de medidas, incluindo a isenção do imposto de importação de alguns produtos. “Reduzir imposto deve ser festejado, especialmente quando se trata de alimentos da cesta básica”, afirmou.

Na sexta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso as medidas, como a alíquota zero de importação, não surtam efeito, o governo poderá tomar “medidas mais drásticas” para reduzir os preços dos alimentos. A alta nos preços dos produtos alimentícios tem sido apontada como um dos principais fatores para a queda na popularidade de Lula, que atingiu o menor nível desde o início de seu terceiro mandato.


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