O Brasil registrou 387 focos de incêndio no domingo (10.nov.2024), segundo dados divulgados nesta segunda-feira (11) pelo sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Caatinga concentra a maior parte dos focos de incêndio, com 182 ocorrências, o que representa 44,4% do total.
O Ceará é o estado com o maior número de queimadas, contabilizando 82 focos em 24 horas. Em seguida, estão Maranhão, com 80 focos, e Piauí, com 48.
Os seis biomas brasileiros registraram a presença de fogo. A Amazônia, com 84 focos, foi a segunda maior incidência, representando 21,7% do total.
O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas dos últimos 14 anos, somando 68.635 focos. Esse foi o quinto maior número da série histórica, iniciada em 1998, marcando uma alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
Setembro registrou 83.154 focos de incêndio, o pior mês do ano até o momento e o maior número de queimadas para o mês desde 2010, quando ocorreram 109.030 focos.
Tradicionalmente, setembro é o mês de pico das queimadas no Brasil, com o cenário se estendendo até outubro. Em outubro de 2024, o país registrou 33.356 focos de incêndio, uma redução de 15,95% em relação ao mesmo mês de 2023, quando ocorreram 39.692 focos. Em novembro, o Brasil já conta com 8.514 focos de incêndio.
No acumulado de 2024, o Brasil registra 252.075 focos de incêndio. Além do aumento no número de queimadas, o país enfrenta uma seca histórica, considerada a pior estiagem em 75 anos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
A seca e a estiagem, que afetam grande parte dos municípios, são fenômenos típicos do inverno brasileiro, que vai de junho a setembro. No entanto, a intensidade desses fenômenos este ano tem sido atípica. Dois fatores têm impactado o cenário: as fortes ondas de calor, sendo seis registradas desde o início da temporada, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), enquanto as ondas de frio foram apenas quatro; e a antecipação da seca, que começou antes do inverno em algumas regiões, como na Amazônia, onde a estiagem se intensificou quase um mês antes do previsto, já no início de junho.
Na região amazônica, a seca assume proporções preocupantes, com municípios enfrentando cerca de um ano de estiagem, a mais longa já registrada. Três fatores principais contribuem para esse cenário: a intensidade do El Niño, que impactou o regime de chuvas e teve seu pico no início deste ano, influenciando o início da seca; o aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte, com temperaturas aumentando entre 1,2 °C a 1,4 °C em 2023 e 2024; e as temperaturas globais recordes, que, em julho de 2024, atingiram o maior nível já registrado na história, criando condições para ondas de calor mais intensas.
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