O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira, preso pela Polícia Federal (PF), nessa terça-feira (14/10), teria recorrido a um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) para resolver um conflito envolvendo uma Lamborghini que comprou por R$ 3 milhões. O faccionado em questão é Michael da Silva, conhecido como “Neymar”, que ocuparia o cargo de “sintonia do resumo”, de acordo com as investigações da Polícia Civil de São Paulo
Em inquérito instaurado ano passado pela Cerco da 2ª Seccional da capital, o episódio foi utilizado para apontar que Buzeira seria “pessoa de confiança” do PCC, com “relação estável e permanente”.
A investigação da PF que levou à prisão de Buzeira ocorreu em paralelo à da Polícia Civil. A Operação Narco Bet, deflagrada nessa terça, teve como alvo suposto esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio de casas de aposta on-line. O influenciador, além disso, teria recebido R$ 19,7 milhões de um empresário que teria enviado um veleiro com toneladas de cocaína à Europa, em 2023.
A ligação com Neymar do PCC teria ficado clara, no ano seguinte, a partir de mensagens de WhatsApp interceptadas. Em 5 de maio de 2024, Buzeira pediu ajuda para cobrar um recibo do veículo que havia adquirido e estava sob ordem de busca e apreensão, uma Lamborghini Urus preta.
“Poxa Lukinhas (como Neymar também era conhecido), o cara tá me enrolando mais de um ano já”, disse Buzeira.
“Amigo, vamos fazer assim. Amanhã nós vai para cima disso”, respondeu o suposto sintonia do PCC.
“Avisei o ‘IRMÃO’ que é sócio dele, que se ele não desse a moeda que vencia dia 26, meia-noite, nós íamos conversar com ele”, acrescenta Neymar em outra mensagem.