O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou hoje que seu partido iniciará uma obstrução total nas pautas do Congresso Nacional, tanto na Câmara quanto no Senado. A decisão, tomada nesta madrugada após reunião com o presidente nacional do partido, Antônio Rueda, visa protestar contra medidas do governo federal, como o chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, e críticas do STF que resultaram na prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro .
“As decisões monocráticas têm ultrapassado os limites”, declarou. Para ele, é necessário que o STF retome uma postura de atuação colegiada. “A Suprema Corte precisa voltar a ter mais ação plenária”, disse, ao defender que o Judiciário evite provocar, segundo suas palavras, “sentimentos de enfrentamento e de mal-estar junto à população brasileira”.
Motivação
Caiado afirmou que os conflitos recentes — envolvendo a atuação do governo Lula e decisões do ministro Alexandre de Moraes— exigem “uma postura clara de enfrentamento” e justificam a adoção da estratégia de obstrução legislativa em tempo integral .
Tamanho das bancadas
- União Brasil 59 deputados
- Partido Liberal 87 deputados
- Partido Novo 5 deputados
Poder de obstrução
A obstrução na Câmara pode ser eficaz mesmo sem maioria absoluta, desde que os partidos utilizem os instrumentos regimentais (como requerimentos de vistas, quebra de quórum, uso de discursos, etc.) de forma coordenada. Com as três bancadas alinhadas (PL + União Brasil + Novo), são 151 deputados, o suficiente para atrasar ou bloquear votações importantes, especialmente em comissões e sessões plenárias regulares.
Conclusão
Com 151 votos entre União Brasil, PL e Novo, a obstrução legislativa se torna uma estratégia viável para travar votações importantes. Essa postura sinaliza um endurecimento na postura da oposição, mesmo com a presença de ministros do União Brasil no governo federal. A movimentação poderá elevar a tensão entre o partido e o Executivo, ao mesmo tempo em que altera a dinâmica do Congresso nos próximos meses.
