A Câmara dos Deputados pretende gastar R$ 1,849 milhão com a aquisição de 29 toneladas de café em uma licitação que será realizada no próximo dia 27 de fevereiro. Ironicamente, o certame ocorre em um momento no qual o grão é considerado um dos grandes vilões da cesta básica, com uma alta de mais de 50% no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro deste ano.
De acordo com o edital da licitação, o café a ser adquirido pela Câmara deverá seguir algumas exigências, como ter em sua composição um mínimo de 85% de café arábica, podendo ser adicionado até 15% de café conilon. Além disso, a torra deverá ser “moderadamente clara a moderadamente escura” e a nota de qualidade global do grão deve estar entre 6,0 e 7,2.
A Casa ainda faz questão de ressaltar que o objeto da licitação é enquadrado como comum e não pode ser caracterizado como bem de luxo.
SOBRE O AUMENTO DO CAFÉ
No Brasil, o grão moído teve uma alta de quase 50,35% no acumulado dos 12 meses até janeiro. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a bebida ficou 8,56% mais cara, em relação a dezembro de 2024.
O preço do café deve continuar subindo. Nos próximos dois meses, o valor pode se elevar mais 25% nos supermercados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Seca e altas temperaturas são apontadas como principais causas de perdas na lavoura.
