Câmara pede suspensão de 6 meses para 6 deputados após obstrução

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a Mesa Diretora decidiram encaminhar à Corregedoria Parlamentar o pedido de suspensão do mandato de seis deputados federais envolvidos no tumulto que paralisou as atividades legislativas na última quarta-feira (6).


Cinco dos parlamentares são da oposição e foram apontados como protagonistas na obstrução dos trabalhos: Marcel van Hatten (Novo-RS), Zé Trovão (PL-SC), Marcos Pollon (PL-MS), Julia Zanatta (PL-SC) e Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A deputada Camila Jara (PT-MS) também foi incluída após um requerimento apresentado pelo PL, que a acusa de possível agressão contra Nikolas Ferreira (PL-MG) durante o episódio.

“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou a Secretaria-Geral da Mesa, em nota.

A Corregedoria terá 48 horas para analisar os casos. Para que o afastamento seja efetivado, será necessário o aval do Conselho de Ética, que tem de três a cinco dias úteis para deliberar após a decisão da Corregedoria.


Os requerimentos contra os cinco deputados de oposição foram apresentados pelo PT.

Ocupação e tumulto
O impasse teve início quando parlamentares da oposição ocuparam a Mesa Diretora da Câmara para pressionar Hugo Motta a colocar em votação o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e para protestar contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O grupo permaneceu no local por horas e só deixou o espaço na noite de quarta-feira (6), após intenso tumulto. Motta havia convocado sessão plenária para as 20h30 e chegou a ameaçar suspender o mandato de quem se recusasse a sair.

Mesmo acompanhado por agentes da Polícia Legislativa, o presidente da Casa enfrentou dificuldades para se sentar na cadeira da presidência. Ele só conseguiu assumir o posto às 22h21, enquanto deputados bolsonaristas resistiam em deixar o plenário.

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