O deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) iniciou uma greve de fome na Itália em protesto contra a decisão da Justiça italiana que negou seu recurso e manteve sua prisão, enquanto aguarda o processo de extradição para o Brasil. A parlamentar enviou uma carta escrita à mão ao Ministério da Justiça italiano, na qual reclama do posicionamento do ministro sobre o seu caso.
Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão no Brasil, Zambelli deixou o país em maio e foi presa na Itália em julho, após ter seu nome incluído na lista de procurados da Interpol.
Na carta, a deputada acusa o governo brasileiro de pressionar a Justiça italiana e exige que o ministro reverta a decisão para colocá-la em liberdade:
“Como tenho certeza de que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando a minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto”, escreveu Zambelli.
Acusações de Pressão Política
A parlamentar alega ser “vítima de uma perseguição política” no Brasil e atribui a negativa da Justiça italiana a influências externas:
“Ontem soube que o senhor se expressou pela manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do embaixador do Brasil na Itália”, acusou Zambelli na carta.
Em sua defesa, Zambelli também criticou duramente o Ministério da Justiça da Itália, acusando-o de alinhar-se a regimes autoritários, mencionando grupos como HAMAS, Irã, Cuba e Venezuela.
Citação a Trump e Alexandre de Moraes
Zambelli também fez menção a uma suposta sanção imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a membros do Judiciário brasileiro, focando no ministro do STF Alexandre de Moraes:
“O senhor acolheu a decisão injusta e sem provas de um juiz brasileiro, Alexandre de Moraes, que foi recentemente sancionado pelo PRESIDENTE TRUMP com a revogação do visto para os Estados Unidos e a aplicação da Lei Magnitsky, pois o governo dos EUA já possui provas suficientes de que ele age fora da lei, perseguindo politicamente cidadãos inocentes, jornalistas e políticos de direita”, continuou a deputada.
A defesa da parlamentar divulgou a íntegra da carta nas redes sociais, afirmando que o caso “não se trata de direita ou esquerda, mas do que é certo ou errado”.
O mandato de 127 dias de licença de Zambelli no Brasil terminou na semana passada. Em junho, a Câmara dos Deputados confirmou seu afastamento e bloqueou seus vencimentos, conforme determinação do Supremo. Ela agora aguarda a decisão final das autoridades italianas sobre sua extradição.