A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será submetida, nesta sexta-feira (1º), a uma audiência de custódia em Roma, na Itália. Detida desde a última terça-feira (29), ela permanece reclusa no presídio feminino Germana Stefanini, localizado na região de Rebibbia, na capital italiana.
Segundo o advogado Fabio Pagnozzi, responsável pela defesa da parlamentar no país europeu, foi feito um pedido de liberdade provisória enquanto o Ministério da Justiça italiano analisa a possibilidade de retorno de Zambelli ao Brasil. A audiência tem o objetivo de verificar a legalidade da prisão, decidir se a detenção será mantida e apurar eventuais abusos na abordagem policial. O procedimento segue moldes semelhantes ao adotado no Brasil.
Embora o pedido de extradição do governo brasileiro esteja em análise, as autoridades italianas têm autonomia para autorizar o envio imediato de Zambelli ao Brasil, sem necessidade de abertura formal de processo ou imposição prévia de medidas cautelares.
Na quinta-feira (31), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanhe o caso e tome providências relacionadas à extradição.
No mesmo dia, Zambelli recebeu a visita do vice-premiê italiano, Matteo Salvini. O encontro foi viabilizado após articulação de parlamentares da oposição brasileira.
A deputada está licenciada do cargo desde 5 de julho, por um período de 127 dias. Ela viajou à Itália no início de junho. A defesa alega que Zambelli se apresentou voluntariamente às autoridades italianas. No entanto, em vídeo divulgado após sua detenção, a parlamentar afirmou que não pretende retornar ao Brasil, embora tenha demonstrado disposição para cumprir pena em território italiano.
Condenada pelo STF a 10 anos de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões, Zambelli também perdeu o mandato. A decisão se refere à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
