Castro reage a críticas e diz que operação foi legítima: “os policiais são as vítimas”

Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que as “verdadeiras vítimas [da megaoperação] foram os policiais”. Segundo dados da Defensoria Pública do estado, a ação das forças estaduais de segurança deixou pelo menos 130 mortos, sendo 128 civis e quatro policiais.


“Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais”, disse Castro.

O governador afirmou que os confrontos ocorreram em áreas de mata, o que indicaria que os mortos eram criminosos. “Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”, declarou.

Castro também comentou sobre a diferença nos números divulgados. “Temos que ser muito responsáveis. A nossa contabilidade conta a partir do momento que os corpos entram no IML. A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Eu não posso fazer balanço antes de todos entrarem. Daqui a pouco vira uma guerra de número. Nós não vamos trabalhar assim”, explicou, sem detalhar os 64 corpos deixados na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais vias do Complexo da Penha.

O governador ressaltou a necessidade de apoio federal e integração com outros estados. “Sozinhos não temos condições de vencer essa guerra. Uma guerra contra o estado paralelo que vem se demonstrando mais forte. Mais poder bélico e poder financeiro (…) Os governadores têm muito a percepção de que grande parte das lideranças criminosas de seus estados passa por aqui. Toda ajuda será bem-vinda, mas será técnica e ordeira, sem politicagem”, afirmou, citando apoio de governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO).


Ao final da coletiva, Castro endureceu o discurso contra aqueles que, segundo ele, querem usar o episódio para fins políticos. Aliado de Jair Bolsonaro, sua fala se dirige, indiretamente, ao Governo Lula, que ontem o rebateu por “ação irresponsável e política”.

“Nós, que temos compromisso público, esperamos que essa oportunidade não vire um campo de batalha e de politicagem. […] Quem quiser somar com o RJ nesse momento no combate à criminalidade é bem vindo. Os outros que quiserem fazer politicagem, o nosso único recado é suma”, finalizou, em uma clara inflexão no discurso.

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