ex-ministro e ex-aliado do presidente Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), utilizou suas redes sociais no domingo ( 19) para lançar duras críticas ao governo federal, em particular à primeira-dama Janja da Silva, em meio à controvérsia em torno das fake news relacionadas à tragédia no Rio Grande do Sul.
“Impressiona-me a quantidade de vezes que autoridades, especialmente federais, a começar do próprio presidente da República, se queixam de “fake news”, a toda hora e sobre qualquer assunto. Choca-me, ainda mais, a “centralidade” dada a este fenômeno da modernidade tosca na crise do Rio Grande do Sul”, disse Ciro Gomes em rede social.
Ciro também mencionou o caso da pesquisadora Michele Prado, que alega ter sido alvo de ataques cibernéticos após interagir com o ministro Paulo Pimenta. Este último havia sugerido que um estudo indicava que 31% das publicações sobre a tragédia eram fake news. No entanto, Prado esclareceu que esse percentual representava críticas à gestão presidencial, não desinformação.
Em seu pronunciamento, Ciro fez acusações sem apresentar provas, sugerindo que a “máquina lulopetista trituradora”, supostamente liderada por Janja, estaria por trás dos ataques à pesquisadora.
Além disso, Ciro criticou a frequente referência do governo às fake news, questionando a centralidade dada a esse fenômeno em meio à crise no Rio Grande do Sul. Ele enfatizou a necessidade de focar no serviço público em vez de disputas políticas mesquinhas.
Confira abaixo a declaração completa de Ciro Gomes:
“Impressiona-me a quantidade de vezes que autoridades, especialmente federais, a começar do próprio presidente da República, se queixam de ‘fake news’, a toda hora e sobre qualquer assunto. Choca-me, ainda mais, a ‘centralidade’ dada a este fenômeno da modernidade tosca na crise do Rio Grande do Sul. Vamos trabalhar, pessoal! O povo não é assim bobo, como vocês pensam. Pior para vocês, o povo já está percebendo que a disputa mesquinha de imagem política parece ocupá-los mais do que o próprio serviço. A propósito, crítica política não pode ser confundida, jamais, com ‘fake news’.”
“O último agora é o cyber linchamento de uma professora, pesquisadora e escritora, Michele Prado, eleitora pública de Bolsonaro em 2018 e eleitora igualmente pública de Lula em 2022. Co-autora de um estudo feito pela USP, por um grupo que parece tê-la excluído, desmentiu o ex-ministro da propaganda de Lula e atual ministro encarregado da ‘ação’ do governo federal na catástrofe do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. O ministro, em meio à tragédia popular, encontrou tempo e motivação para mencionar tal estudo fazendo – nenhuma novidade para mim – uma interpretação fraudulenta deste trabalho. Para o chefe da máquina de ‘fake news’ do governo Lula, tal estudo teria anotado um ‘crescimento’, ou um número absoluto, de 31% nas ‘fake news’ no contexto. Na verdade, a acadêmica ‘polarizada para cá e para lá’, perdoem a brincadeira, esclareceu que os tais 31% são de menções críticas ao governo, e que o estudo não valora se as críticas são verdadeiras ou falsas.”
“Foi o bastante para esta poderosa máquina lulopetista trituradora – hoje aparentemente sob forte influência direta da primeira-dama Janja, como é voz corrente no ‘mercado’ digital – cair para matar na professora, a ponto de ela ter declarado que os petistas só pararão ‘quando eu me matar’, segundo colhi numa coluna de Paulo Capelli, no Metrópoles. Faça isso não, professora! Faça como eu, que aguento e enfrento esta canalha há décadas! Produza um levantamento de quanto dinheiro público o lulopetismo já despejou na rede escória que faz o serviço sujo deles. Eu publico aqui, sem dó nem piedade!”