Claudia Sheinbaum se torna primeira mulher presidente do México

A candidata do governo, Claudia Sheinbaum, venceu a eleição presidencial do México neste domingo (2), tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo no país. Apadrinhada pelo atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, a vitória de Sheinbaum foi confirmada pela contagem preliminar do Instituto Nacional Eleitoral (INE), que aponta que ela obteve entre 58,3% e 60,7% dos votos, com 69% das urnas apuradas. Sua principal adversária, Xóchitl Gálvez, conquistou entre 26,6% e 28,6% dos votos, conforme a projeção.

O modelo de contagem do INE utiliza uma amostra representativa da votação em todo o país, com uma margem de erro de aproximadamente 1,5%. Gálvez já reconheceu a derrota, parabenizando Sheinbaum em um discurso e por telefone.

Em seu discurso de vitória, Claudia Sheinbaum celebrou o marco histórico: “Tornei-me a primeira mulher presidente do México em 200 anos de república”. Ela destacou a importância das mulheres na sua conquista e prometeu um governo pautado pela “austeridade republicana e disciplina financeira fiscal”, assegurando que “não haverá aumentos reais nos preços de combustíveis e eletricidade”. Sheinbaum também garantiu um governo honesto, sem corrupção e impunidade, respeitando a liberdade empresarial e incentivando investimentos privados, sempre com atenção ao meio ambiente.

Quem é Claudia Sheinbaum
Claudia Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do México, foi escolhida como candidata presidencial do partido governista Morena. Cientista com formação em física pela Unam, uma das universidades mais prestigiadas do México, Sheinbaum possui pós-graduação em engenharia ambiental e pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ela participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Em novembro de 2023, Sheinbaum anunciou seu casamento com Jesús Tarriba, seu namorado da faculdade, com quem se reencontrou pelo Facebook em 2016. Politicamente ativa desde os tempos de estudante, ela organizou uma greve contra o aumento de mensalidades em 1987. Seus pais, esquerdistas, participaram das manifestações de 1968 no México.


Vida política

Sheinbaum iniciou sua carreira política como secretária de Meio-Ambiente da Cidade do México, durante a gestão de Andrés Manuel López Obrador como prefeito. Após comandar um distrito da cidade, tornou-se prefeita da capital. Em 2017, ela enfrentou a gestão das consequências de um desmoronamento de um colégio durante um terremoto, que resultou na morte de 26 pessoas, incluindo 19 crianças. Em sua gestão como prefeita, de 2018 a 2023, lidou com a pandemia de Covid-19 e a queda de uma linha do metrô, firmando um acordo com a empresa de Carlos Slim para indenizar as vítimas.

Apoio de López Obrador

O apoio de López Obrador foi crucial para a vitória de Sheinbaum, como aponta Jimena Ortiz, da consultoria Inteligencia Más. “Essa grande intenção de votos é uma consequência do endosso do presidente a ela”, afirmou Ortiz, destacando que as propostas de Sheinbaum refletem os desejos do atual presidente, incluindo uma reforma no sistema judiciário, que propõe a eleição direta para cargos como ministros da Suprema Corte e juízes. Para aprovar esta proposta, será necessário que o Morena e seus aliados obtenham dois terços dos assentos na Câmara dos Deputados e no Senado.

Dama de gelo
Durante a disputa com Xóchitl Gálvez, Sheinbaum evitou olhar ou chamar sua oponente pelo nome nos debates. Gálvez a criticou por sua falta de carisma, chamando-a de “dama de gelo”.

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