O Sindiclubes de São Paulo, entidade que representa associações e clubes sociais do estado, recomendou nesta semana a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas entre seus associados. A medida ocorre após os recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, que já resultaram em mortes e internações no estado.
Entre os clubes que acataram a orientação estão o Esporte Clube Pinheiros, Esporte Clube Sírio, Hebraica, Athletico Paulistano, São Paulo Futebol Clube, Palmeiras e Ipê Clube.
Em nota, a entidade afirmou que a decisão tem caráter preventivo, visando proteger a saúde dos frequentadores e preservar a integridade das instituições.
“Recomendamos que os clubes suspendam, de forma preventiva e temporária, a venda de destilados, até que haja maior clareza sobre a origem do problema e a definição de medidas seguras para sua resolução”, destacou o comunicado.
A diretoria do Sindiclubes também ressaltou que a orientação busca preservar a imagem das entidades:
“Essa decisão visa proteger tanto os consumidores quanto a reputação de nossos clubes, demonstrando cuidado e responsabilidade diante de uma questão de tamanha gravidade.”
Embora válida para todos os clubes filiados, a adoção da medida é de responsabilidade de cada instituição.
Fiscalizações e apreensões em bares e comércios
A recomendação do Sindiclubes ocorre em paralelo a ações de fiscalização em bares e comércios de São Paulo. Mais de 800 garrafas de bebidas alcoólicas sem rótulo e sem comprovação de origem foram apreendidas entre segunda (29) e terça-feira (30) pela Polícia Civil, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Três bares também foram interditados pela Vigilância Sanitária. Em São Paulo, estabelecimentos nos bairros dos Jardins e da Mooca foram fechados, enquanto em São Bernardo do Campo outro bar teve a venda de destilados suspensa.
Um dos locais interditados foi o bar “Ministrão”, nos Jardins, acusado de adquirir bebidas de um vendedor de rua. O diretor do Centro de Vigilância Sanitária, Manoel Bernardes, confirmou a irregularidade.
Além disso, no Planalto Paulista, zona sul da capital, um minimercado teve 40 garrafas de whisky, gin e vodca apreendidas, e o responsável foi levado à delegacia. Já na região do M’Boi Mirim, uma distribuidora de bebidas teve parte dos produtos lacrada.
Até o momento, foram registrados 22 casos suspeitos de intoxicação por metanol em São Paulo. Entre eles, sete já foram confirmados e cinco mortes estão sob investigação — uma já confirmada como resultado da ingestão da substância.