Confira como foi a conversa telefônica entre Lula e Donald Trump, segundo o Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou a Donald Trump a retirada do tarifaço imposto pelo governo republicano ao Brasil, bem como a suspensão de “medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, durante uma conversa telefônica realizada na manhã desta segunda-feira (6).


As medidas restritivas incluem a cassação de vistos de auxiliares de Lula e as sanções financeiras autorizadas por Trump contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, baseadas na Lei Magnitsky.

De acordo com um comunicado oficial do Palácio do Planalto, a conversa, que durou 30 minutos, ocorreu “em tom amistoso”. Os líderes teriam “relembrado a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU”.

Para dar seguimento às negociações sobre as tarifas e sanções, Trump designou seu Secretário de Estado, Marco Rubio, para dialogar com autoridades brasileiras. A equipe brasileira escalada para as tratativas é composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Ambos os presidentes concordaram em realizar um encontro presencial em breve. Lula sugeriu a Cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia, no final de outubro, como uma opção. O presidente brasileiro também reiterou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém (PA), e se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos.


As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros foram anunciadas por Trump em 9 de julho, em uma carta enviada a Lula via rede social Truth Social. O republicano justificou a cobrança como uma reação ao que considera ser a perseguição judicial do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O decreto com as tarifas foi assinado em 30 de julho e entrou em vigor em 6 de agosto, afetando a maioria dos produtos brasileiros, com exceção de 694 itens. O encontro por videoconferência realizado hoje era visto como um passo prévio necessário para um futuro encontro presencial em um terceiro país, como já se especulava.

Eis a íntegra da nota da Secom:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta manhã (6/10), um telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por cerca de 30 minutos, relembrando a boa química observada em Nova York durante a Assembleia Geral da ONU e reiterando a impressão positiva daquele encontro.

Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis entre as duas maiores democracias do Ocidente, que já compartilham 201 anos de relações diplomáticas. Durante a ligação, ressaltou que o Brasil é um dos três países do G20 com superávit na balança de bens e serviços em relação aos EUA. O presidente brasileiro solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais, bem como a suspensão das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes concordaram em realizar um encontro presencial em breve. Lula aventou a possibilidade de reunião na Cúpula da ASEAN, na Malásia; reiterou o convite a Trump para a COP30, em Belém (PA); e também se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos.

Os presidentes trocaram telefones para estabelecer uma linha direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Alckmin, pelos ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira, e pelo assessor especial Celso Amorim.

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