A Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, o regime de urgência para o projeto de anistia que pode beneficiar investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro. A medida, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), permite que a proposta seja votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. A votação evidenciou a divisão ideológica e o racha em partidos de centro.
Apoio da Direita: PL e Republicanos lideram a favor da anistia
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstrou apoio massivo à proposta, com 85 votos favoráveis e nenhum voto contrário. O Republicanos, partido do autor do projeto e do presidente da Câmara, também votou em bloco com 40 votos a favor e apenas um contra. Além deles, o Novo e o Cidadania deram apenas votos favoráveis à urgência.
Oposição da Esquerda: PT, PSB e PSOL votam em bloco contra
No campo da esquerda, os partidos se uniram para rejeitar a anistia. O PT, partido do presidente Lula, votou integralmente contra a medida, assim como o PSOL, PSB, PDT, PCdoB, PV e Rede. A posição desses partidos reforça o discurso de que uma anistia ampla representaria impunidade aos envolvidos nos atos golpistas.
Divisão no Centro: MDB e PSD mostram divergência
Os partidos de centro mostraram grande divergência na votação. O MDB votou 21 a favor e 14 contra, contrariando a orientação da liderança que pedia para votar contra a urgência. O PSD também se dividiu, com 28 votos favoráveis e 12 contrários. Outros partidos de centro, como o União Brasil e o Progressistas (PP), votaram majoritariamente a favor, mas registraram votos contrários.
Apesar da aprovação da urgência, o texto final da anistia ainda não está definido. O deputado Paulinho da Força, escolhido como relator, propôs uma anistia “meio-termo”, que vise “pacificar o país”. A proposta final deve diminuir as penas dos condenados, mas sem perdoá-los.